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Sucessão estadual

Conselhos de quem já esteve no Palácio Iguaçu

Ex-governadores do Paraná dizem o que acham que o vencedor da eleição teria de fazer

 | Fábio Alexandre/Tribuna ; Priscila Forone/Arquivo/ Gazeta do Povo ; Pedro Serápio/Arquivo/ Gazeta do
(Foto: Fábio Alexandre/Tribuna ; Priscila Forone/Arquivo/ Gazeta do Povo ; Pedro Serápio/Arquivo/ Gazeta do)

Hoje cuidando de negócios pessoais, três ex-governadores do Paraná entre as décadas de 1960 e 1980 reconhecem as atuais dificuldades financeiras enfrentadas pelo poder público. Eles admitem que o momento político e econômico é outro, mas defendem nova postura do futuro ocupante do Palácio Iguaçu.

"Sem dinheiro, não se faz milagre", diz Jayme Canet Júnior, que foi governador entre 1975 e 1979. Por isso, afirma ele, o eleito terá de "gastar melhor" os recursos. Para Canet, a atual estrutura pública, incluindo de pessoal, é muito grande – e os gastos também. "Eu tinha 40% [da receita] para investir, fruto de economia", diz. Ele lembra que, duas vezes por mês, todos os secretários eram obrigados a apresentar os resultados de cada pasta e um relatório de gastos. De acordo com Canet, só com rigor administrativo será possível atingir outra grande meta: investir em infraestrutura. "Precisamos de estradas, temos poucas duplicadas", afirma. "Somos um estado produtor e exportador", ressalta. Apesar dos desafios, ele vaticina: "O Paraná é um grande estado, é fácil de ser governado".

João Elísio Ferraz de Campos, que governou entre maio de 1986 e março de 1987, aponta a "deterioração dos serviços públicos" como um dos principais desafios a serem enfrentados pelo futuro governo. "E isso não se pode resolver com aumento de impostos", alerta. João Elísio defende ainda uma ampla reforma administrativa para "enxugar a máquina [estatal], que tem estrutura ultrapassada". Para ele, ser aliado do governo federal ajuda. Mas, com a estrutura de distribuição de impostos preestabelecida, isso não é fundamental para o sucesso da administração.

Buscar a moralidade pública e consequentemente realizar uma administração competente. Esse é o conselho do ex-governador Paulo Pimentel, que comandou o estado entre 1966 e 1971. Pimentel também defende um estado enxuto, sem "essa imensidão de cargos de confiança". Para o ex-governador, o governo deve "privatizar o que tiver que privatizar" e se preocupar com educação, saúde e segurança. Outro desafio é administrar com o mínimo de funcionários possível. Ele também defende rigor nas contas públicas. "O estado administra mal. Essa é uma tese histórica."

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