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Kevin Ribeiro da Costa, de 18 anos, queria fazer Medicina Veterinária, mas o ensino básico não o preparou para o futuro | Brunno Covello
Kevin Ribeiro da Costa, de 18 anos, queria fazer Medicina Veterinária, mas o ensino básico não o preparou para o futuro| Foto: Brunno Covello
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Uma terra cheia de saudade

O Centro-Oeste é a única região do Paraná em que a população diminuiu nos últimos 13 anos, em parte devido à falta de emprego e de diversificação econômica

Leia a matéria completa.

Vinte cidades do Centro-Oeste do Paraná tiveram desempenho escolar abaixo da média estadual na avaliação de matemática, que foi 14%. Em todo o estado, a cada cem alunos, apenas 14 tiveram aprendizagem adequada no 9.º ano, o último do Fundamental e porta de entrada para o Ensino Médio. As cidades do Centro-Oeste tiveram desempenho ainda pior. Em português a situação não é diferente. Vinte e três municípios, dos 25 que compõe a região, tiveram nota inferior à média estadual: 25%. A análise foi feita com base no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), realizado em 2011.

A cidade com as menores notas no Centro-Oeste é Fênix. Apenas 2,44% dos alunos conseguiram a aprendizagem adequada em matemática e 5,38% em português. O baixo desempenho escolar leva a transtornos no dia a dia dos alunos, como a dificuldade de aprendizagem no Ensino Médio e menores chances de passar em um vestibular.

Esse é o caso de Kevin Ribeiro da Costa, de 18 anos. Ele terminou o Ensino Médio no ano passado e gostaria de ter começado a faculdade de Medicina Veterinária em 2014. Ficou de fora. "Tua base (para o vestibular) é da 5.ª série para cima. Da 5.ª à 8.ª eu aprendi pouca coisa", revelou o jovem.

O garoto tentou vaga na Universidade de Maringá (UEM), mas não passou. Fez vestibular em uma faculdade particular, em Campo Mourão. Aí esbarrou no dinheiro. Não teria como pagar a mensalidade e arcar com despesas para alimentação e hospedagem em outra cidade. "Também não consegui um fiador para o financiamento estudantil."

A diretora do Colégio Estadual Inácio de Loyola, em Fênix, Marisa Amaral Algayer Calixto, reconhece as dificuldades de ensino no município e diz que tenta reverter os dados com mudanças culturais dentro da escola. "Os alunos não faziam provas. As notas eram só a partir de trabalhos. Começamos a cobrar [dos professores] a avaliação dos alunos." Outra medida foi conseguir uma reforma. Cerca de R$ 1 milhão devem ser gastos para mudar a cara da escola, que atende 670 jovens no Ensino Médio e outros 370 em cursos profissionalizantes.

José Bardini Neto, chefe do Núcleo Regional de Educação em Campo Mourão, diz que os números começaram a mudar. Porém, ele cita números do Sistema de Avaliação da Escola Pública do Paraná (Saep), que não tem os dados públicos. "Os resultados do primeiro Saep de 2012 apontaram uma situação desconfortável que necessitava de ajustes pedagógicos urgentes", informou por e-mail. Segundo ele, capacitações, grupos de estudos e reuniões foram feitas e a prova de 2013 já teve dados diferentes. "Na língua portuguesa, houve crescimento de aprendizagem entre 9,8%. Já em matemática, o diferencial de crescimento alcançado, foi de 4%."

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