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Marina Silva deve ser oficializada amanhã como candidata à Presidência pelo PSB | Ricardo Moraes/Reuters
Marina Silva deve ser oficializada amanhã como candidata à Presidência pelo PSB| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além de Renata Campos, há outros dois nomes cotados dentro do PSB para ficar com a vice de Marina Silva. Confira:

Beto Albuquerque

O deputado federal gaúcho é a principal aposta para compor a chapa com Marina. Para a cúpula do PSB, o parlamentar é um integrante "orgânico" do partido, com experiência e tempo de sigla, além de ter proximidade com Campos e com Marina.

Maurício Rands

O ex-deputado federal tem a vantagem de ser de Pernambuco e manter forte ligação com a família de Eduardo Campos, de quem foi secretário de Governo. Pesa contra ele, porém, o fato de ter se filiado ao PSB depois de um longo histórico no PT.

Viúva de Campos deve rejeitar ser candidata a vice

A viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, indicou a dirigentes do PSB que apoia a candidatura presidencial da ex-senadora Marina Silva, mas deve rejeitar a ideia de assumir a vaga de vice da chapa, argumentando que precisa dedicar mais tempo à sua família. Encerradas as cerimônias fúnebres de Campos, o presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, reuniu-se ontem com Renata para pedir formalmente seu aval à indicação de Marina. Renata disse que aprova a candidatura e que essa seria a vontade do marido. Desde a morte de Campos, em um acidente de avião em Santos (SP), na quarta-feira, Renata tem rejeitado a ideia de ser vice da chapa dizendo a amigos que precisa dar atenção aos cinco filhos que teve com Campos. O caçula, Miguel, tem sete meses.

Integrantes do PSB afirmam que, mesmo diante das negativas, Amaral e Carlos Siqueira, coordenador da campanha de Campos, fariam um aceno a Renata durante a reunião, indicando que o partido não se oporia se ela manifestasse interesse pela vaga. A chapa encabeçada por Marina precisa do apoio de quatro das seis siglas que compõem a coligação do PSB para ser oficializada amanhã.

Ontem, Renata fez seu pri­­meiro pronunciamento político desde a morte de Campos. Disse que participará "por dois" da campanha em Pernambuco, onde o PSB concorre ao governo estadual com um ex-secretário de Campos, Paulo Câmara.

Folhapress

Pesquisa Datafolha publicada ontem mostra que Marina Silva (PSB) entra na disputa pela Presidência da República com 21% das intenções de voto. O resultado a coloca em segundo lugar, num empate técnico com Aécio Neves (PSDB), que aparece com 20%. A presidente Dilma Rousseff (PT) tem 36% das intenções de voto. O desempenho de Marina, que deve ser oficializada como candidata amanhã, praticamente enterra as chances de o pleito ser decidido já no primeiro turno.

INFOGRÁFICO: Veja os números de Marina Silva na disputa pela Presidência da República

No primeiro levantamento depois da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), Mari­­na aparece à frente de Dilma numa simulação de segundo turno: 47% contra 43%. Já contra Aécio, a petista é quem venceria, por 47% a 39%.

O dado que mais chama a atenção – e que projeta um segundo turno na disputa deste ano – é que Marina aparece na pesquisa com quase o triplo das intenções de voto que tinha Eduardo Campos (8%), enquanto os dois adversários mantiveram o mesmo índice do levantamento anterior. Pela pesquisa, é possível verificar, portanto, que a ex-senadora conquistou um importante porcentual de eleitores sem candidato.

No levantamento de julho, as intenções de voto nulo ou em branco eram 13%. Agora, com Marina na disputa, a taxa caiu para 8%. Indecisos eram 14% e agora são 9%. Os números mostram que migrou para a ex-senadora a escolha de parte dos eleitores que pensavam em anular o voto – muitos como forma de protesto, ainda influenciados pelas manifestações de 2013 – ou que estavam com dificuldade para escolher entre a polarização PT-PSDB e o ainda pouco conhecido Eduardo Campos.

A definição da eleição para presidente somente no segundo turno ganha ainda mais força quando o levantamento simula um cenário em que o PSB não apresenta um substituto para Campos. Com Marina fora da disputa, Dilma venceria a eleição já no primeiro turno com 41% – oito pontos a mais que a soma dos rivais. O índice de eleitores sem candidato, entretanto, continuaria alto: 12% de indecisos e 13% de brancos e nulos.

Vaga em disputa

Disputando voto a voto a vaga no segundo turno contra Aécio, Marina aparece à frente do candidato tucano graças, em parte, ao eleitorado de Eduardo Campos no Nordeste. Das cinco regiões do país, a ex-senadora vence Aécio apenas no Nordeste, por uma diferença de oito pontos porcentuais: 20% contra 12%. Os dois empatam em intenções de voto no Norte, e Aécio figura à frente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mas nas três situações em condição de empate técnico.

Além disso, entre os três principais candidatos, Marina é a que apresenta o menor índice de rejeição, com 11% – Campos tinha 12%. Dilma aparece com 34% de rejeição, e Aécio tem 18%.

Pesquisa traz o ponto de partida, analisa professor

Das agências

Feita ainda em um momento de comoção pela trágica morte de Eduardo Campos, a pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra a força de Marina Silva, na opinião do cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas Marco Antônio Carvalho Teixeira. Mas, para ele, o fim da comoção e o início do horário eleitoral é que vão mostrar um patamar mais realista da ex-senadora. "A pesquisa traz, no mínimo, o ponto de partida dela. Se ela vai manter isso ou se vai subir, temos que esperar pelo menos mais duas novas rodadas", afirma. A grande mudança de estratégia, na visão de Teixeira, terá de ocorrer para Aécio Neves. O tucano, que antes se preocupava somente com Dilma Rousseff, uma vez que a campanha do PSB tinha dificuldades para crescer, agora se vê em um duelo por uma vaga no segundo turno com Marina. "Ela puxa indecisos e nulos que, pelo visto, não queriam ir nas opções que estavam postas."

O patamar "altíssimo" de intenção de voto em Marina no segundo turno também foi destacado pelo cientista político. Segundo ele, a ex-senadora "tira o sono do PT" e mostra que consegue atrair o voto de Aécio em um embate direto com a atual presidente. No entanto, os problemas de base partidária menor que a dos rivais − que dificultavam a campanha de Campos − devem permanecer para Marina.

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