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Agaciel diz que seu objetivo é ser reeleito distrital para "trabalhar ainda mais" para se eleger ao Senado em 2018 | Jane de Araújo / Agência Senado
Agaciel diz que seu objetivo é ser reeleito distrital para "trabalhar ainda mais" para se eleger ao Senado em 2018| Foto: Jane de Araújo / Agência Senado

Pivô do escândalo dos atos secretos, o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia montou um banco de dados com endereços residenciais de funcionários da Casa para fazer campanha eleitoral.

Candidato à reeleição na Câmara Distrital, o ex-diretor enviou carta para as casas dos servidores com pedido de votos e "santinhos" com seu nome, número e propostas. As cartas são personalizadas, com o nome completo do servidor e o cargo que ocupa -se efetivo ou comissionado.

Funcionários contratados depois que Agaciel deixou o Senado também receberam as correspondências, o que comprova que ele teve acesso aos dados dos servidores mesmo fora da instituição.

Em 2010, quando também foi candidato, Agaciel fez um "mailing" com os e-mails dos servidores e pediu votos. O ex-diretor está licenciado desde 2011, quando assumiu a cadeira na Câmara Distrital, mas permanece vinculado oficialmente ao Senado.

Na carta, Maia não menciona o episódio dos atos secretos e diz que ficou conhecido como o "diretor-geral que sempre defendeu os servidores de forma intransigente". Maia também diz na correspondência que foi o diretor que transformou o quadro de servidores do Senado no "mais bem remunerado do serviço público brasileiro".

Agaciel diz que seu objetivo é ser reeleito distrital para "trabalhar ainda mais" para se eleger ao Senado em 2018.

Investigação

O Senado abriu investigação para apurar como os dados dos servidores vazaram para Agaciel. Um grupo de funcionários representou na Justiça Eleitoral contra o ex-diretor-geral do Senado porque dizem estar ofendidos com o vazamento das informações pessoais.

Em 2009, Agaciel protagonizou o escândalo dos atos secretos -série de medidas tomadas pela cúpula do Senado que não foram publicadas- ao lado do então presidente da Casa, o senador José Sarney (PMDB-AP), seu padrinho político.

O ex-diretor disse que montou um "banco de dados" com servidores que se cadastraram em seu gabinete -e estes teriam indicado amigos para receberem correspondências do candidato. "Isso é engraçado, os salários de todos os servidores estão divulgados na internet e não se pode ter acesso a endereços? Quem é servidor não pode ocultar nada", afirmou Agaciel.

O ex-diretor disse que é servidor do Senado há 37 anos e, mesmo afastado, continua vinculado à instituição. "Há 20 anos eu mando cumprimentos para os funcionários e ninguém nunca reclamou. Aposto que é alguém ligado a algum candidato que quer me desconstruir."

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