
Reivindicação antiga de parte da população do Litoral do Paraná, a construção da ponte sobre a Baía de Guaratuba divide Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmman (PT), os três principais candidatos ao governo do estado. Requião é contrário à obra. Já Gleisi e Richa são favoráveis, mas veem alguns senões para a construção. Os três, por outro lado, concordam com a engorda da praia de Matinhos, mas têm posições próprias sobre como tocar a obra.
A divergência em relação à ponte não é exclusividade dos candidatos. Mesmo entre as lideranças do Litoral há quem seja contra a obra. "Tenho um posicionamento diferente da minha associação. Acho que a ponte seria prejudicial devido aos caminhões que trafegam para o Porto de Itajaí e Tubarão [ambos em Santa Catarina]", diz Adalto Mendes Luders, presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná e diretor da Associação Comercial e Empresarial de Matinhos. Luders, no entanto, entende o argumento favorável à construção. "Hoje Guaratuba está isolada do estado. É mais um município de Santa Catarina do que do Paraná."
Carlos DAlberto Freire, presidente da Associação de Hotéis, Pousadas, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral, defende a construção, mas diz ser preciso criar alternativas para o tráfego pesado. "Éimportante que se faça [a ponte] desde que se ache uma estrutura de rodovia que não passe por dentro dos municípios." Os dois também cobram uma definição para as obras de engorda da praia em Matinhos. "Todos os governadores têm falado em fazer e não fazem, e é simples de fazer", diz Freire, que defende o sistema feito sem transposição de grandes quantidades de areia, utilizando gabiões. Luders concorda: "É uma novela. O governo do estado diz que precisa de R$ 250 milhões para fazer essa obra. Não precisa disso. O trabalho de microgabiões feito na Praia Mansa de Caiobá daria certo em Matinhos."



