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sucessão estadual

Requião e Richa travam disputa para dizer em qual gestão o PR cresceu mais

Guerra de números do PIB esconde o fato de que o papel do governo estadual no crescimento econômico é menor do que eles dizem

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A robustez da economia paranaense e o seu desempenho na comparação com os números nacionais têm sido utilizados em uma disputa particular entre dois dos três principais candidatos ao governo do estado. No debate promovido pela TV Band, no último dia 28, Roberto Requião (PMDB) e Beto Richa (PSDB) citaram números do PIB para defender seus respectivos governos.

INFOGRÁFICO: Confira a trajetória da economia paranaense nos governos Richa e Requião

Requião diz que, em seus últimos anos de governo, a economia paranaense cresceu mais fortemente do que no governo Richa. O tucano, por outro lado, afirma que em sua gestão o Paraná cresceu o dobro do Brasil. No segundo governo Requião (2007 a 2010), o Paraná, de fato, cresceu 20,8%, com uma média anual de 4,8% ao ano. De 2011 a 2013, três primeiros anos da gestão Richa, o Paraná cresceu 12,5%, com uma média anual de 4%.

A comparação dos dois mandatos do peemedebista com os três primeiros anos do tucano, porém, é favorável a Richa. A média anual de crescimento do Paraná nos oito anos de Requião foi de 3,7%, ante 4% de crescimento do PIB nacional. Já no governo Richa, o estado cresceu 4% ao ano, com o Brasil crescendo 2,1%.

O tucano tem batido na tecla de que resgatou a confiança do empresariado que estava, segundo ele, "receoso" em investir no Paraná. O governo afirma que o programa Paraná Competitivo abriu 180 mil novas oportunidades de trabalho. "Não somos nós que estamos falando. Quem mostra nosso avanço é uma das mais prestigiadas revistas de economia do mundo, a The Economist. Passamos o Rio Grande do Sul e Minas Gerais e somos hoje o terceiro estado em competividade do país", declarou o governador, em sabatina promovida pelo site RicMais e pela Universidade Positivo, na semana passada.

Requião, por sua vez, afirma que privilegiou as pequenas e médias empresas com facilitação burocrática e isenção de impostos. Segundo ele, o governo Richa age no sentido contrário, ao privilegiar a política de substituição tributária. A substituição concentra na indústria toda a cobrança do ICMS, antes realizada em várias etapas da cadeia – o que prejudica setores da economia. "Assumi um Estado quebrado. Conseguimos recuperar fazendo como a dona de casa faz com as finanças de casa: despesa abaixo da receita. Em 2008 e 2009, durante a crise, baixamos o imposto de 100 mil itens, o que manteve o comércio forte. Hoje há uma substituição tributária que está quebrando os empresários", diz o peemedebista.

Papel menor

Economistas ouvidos pela reportagem minimizam a atuação dos governadores na condução da economia. "O crescimento recente do PIB paranaense deve-se a dois fatores: explosão do crédito e boom das commodities", afirma o economista Neio Peres Gualda, professor da Universidade Estadual de Maringá. Segundo ele, a força da agricultura explica mais o PIB paranaense do que as iniciativas governamentais. "Uma das coisas mais importantes que o governo do estado pode fazer é não atrapalhar e criar um ambiente propício para o empresário, principalmente o pequeno", diz Gualda. O professor de Economia da PUCPR Carlos Magon Bittencourt tem posição semelhante. "O estado não é uma ilha. Depende muito da condução da política e das escolhas do governo federal, que é quem conduz a questão econômica."

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