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Corrida eleitoral

Retração vira arma contra Dilma

Presidenciáveis aproveitaram encolhimento do PIB para criticar política econômica do PT. No exterior, imprensa fala em “golpe nas esperanças de reeleição”

Dilma aposta em retomada no segundo semestre | Ueslei Marcelino/Reuters
Dilma aposta em retomada no segundo semestre (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Aécio Neves aproveitou para endurecer críticas ao governo |

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Aécio Neves aproveitou para endurecer críticas ao governo

Os candidatos à Presidência aproveitaram o anúncio do encolhimento do Produto Interno Bruno (PIB) em 0,6% no segundo trimestre para desmerecer ontem a política econômica do governo Dilma Rousseff. Aécio Neves (PSDB) criticou duramente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacando que o modelo de gestão da economia do governo petista fracassou. Marina Silva (PSB) afirmou que o país atravessa um momento grave, "em que há falta de confiança e de credibilidade".

Por outro lado, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, classificou como "momentânea" a retração no segundo trimestre e disse esperar uma "grande recuperação" no segundo semestre. Assim como Mantega, ela citou o excesso de feriados, por causa da Copa do Mundo, e a economia internacional como responsáveis pelo resultado. "Por causa da Copa do Mundo, tivemos a maior quantidade de feriados na história do Brasil, nos últimos anos, nesse trimestre, mas no próximo trimestre, teremos uma situação oposta", alegou a presidente.

Em visita a um monotrilho na capital paulista com o governador Geraldo Alckmin, o candidato do PSDB Aécio Neves aproveitou o quadro de recessão técnica para endurecer as críticas ao governo Dilma. O presidenciável afirmou que o quadro de PIB negativo pela segunda vez consecutiva mostra que o governo terminou e que o legado a ser deixado será o do fracasso econômico.

"Hoje é um dia muito triste para o Brasil. O Brasil acaba de entrar em recessão técnica. Pelo segundo trimestre consecutivo temos um PIB negativo. Na verdade, o governo do PT terminou e antes da hora. O legado será de crescimento e investimentos baixos, combinado com inflação e juros altos e perda crescente da confiança na nossa economia", disse o tucano.

Aécio também criticou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que na quinta-feira questionou a capacidade do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, anunciado pelo presidenciável como seu ministro da Fazenda, se eleito, para conduzir a economia. "Não vejo nele autoridade para questionar o que quer que seja. É triste (ver) ao final de um governo o ministro da Fazenda que entrega esse quadro extremamente perverso".

Risco

A recessão técnica e o mau desempenho das contas públicas, também divulgado ontem (leia mais na página 21), poderão levar a rebaixamento nas notas do Brasil nas agências de risco. A Fitch, uma das três grandes agências, afirmou em relatório que a contração na economia ressalta desafios importantes para enfrentar após as eleições.

Queda no PIB ajuda Bolsa a ter melhor mês desde 2012Folhapress

A interpretação do mercado financeiro de que o fraco desempenho do PIB no segundo trimestre deve prejudicar a campanha pela reeleição de Dilma deu fôlego à Bolsa brasileira ontem e ajudou seu principal índice a fechar o melhor mês em dois anos e oito meses.

No dia, o Ibovespa subiu 1,65%, para 61.288 pontos. É o maior valor desde 23 de janeiro de 2013, quando ficou em 61.966 pontos. Com isso, houve ganho de 9,78% em agosto – melhor mês para o índice desde janeiro de 2012, quando subiu 11,13%. Foi também o melhor agosto desde 2003, quando o Ibovespa avançou 11,81%.

"O mercado tem deixado claro na disputa eleitoral que tudo o que pode trazer impacto negativo na campanha da Dilma será levado ao lado oposto (com efeito positivo na Bolsa). Isso envolve, por exemplo, o crescimento fraco do PIB, o fato de a Marina Silva (PSB) ter se saído melhor no debate na TV e expectativas por pesquisas que estão por vir", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

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