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Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB) | Antônio Cruz/ Agência Brasil
Aloysio Nunes (PSDB), candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB)| Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

O candidato à vice-presidência na chapa de Aécio Neves (PSDB), o senador tucano Aloysio Nunes (SP) já foi deputado estadual, federal, vice-governador de São Paulo, ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso e afirma que não busca outro cargo num eventual governo de Aécio. "Quero ser vice-presidente apenas. O que já é muita coisa, aliás", disse. Nunes conversou com a Gazeta do Povo sobre as prioridades e as principais dificuldades do governo, caso eleito. Para ele, é possível criar uma agenda legislativa clara sem "prostituir a política", mesmo com o Congresso dividido. "Quem quer um país dividido ao meio é o PT", completa o senador, que põe como prioridades a defesa de uma reforma tributária, política e um novo modelo de relacionamento entre os estados e o governo federal.

Muito se fala que o PSDB estava rachado nas eleições anteriores para a Presidência da República. Agora, porém, o partido se mostra unido, inclusive com a participação intensa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que parecia distante da política em outros momentos. O que mudou?

O PSDB é um partido que não pensa pela mesma cabeça e nem é essa a nossa pretensão. É um partido que tem um pensamento único, mas uma vontade única de implementar um novo ciclo de desenvolvimento do Brasil, tirar o PT do governo e reconstruir tudo aquilo que eles estragaram.

A entrada na Marina Silva, que lutava contra a "velha política de PSDB e PT", nessa composição mais ajuda ou mais atrapalha?

Sem dúvida ajuda. Ela continua com o projeto de ter o seu partido e transformar a Rede em mais uma opção à disposição dos eleitores. Mas nós temos hoje algo que nos une muito, que é o desejo de interromper este ciclo devasto do petismo.

As pesquisas indicam que quem for eleito vencerá por margem relativamente pequenas de votos. Como o sr. imagina governar um país praticamente dividido ao meio? Isso representaria algum problema?

Nós não queremos um país dividido ao meio. Essa é a visão do PT, que faz uma guerra sem quartel. Nós teremos um governo de unidade, que trate seus adversários com respeito, que não hesita em recolher a contribuição daqueles que porventura tenha sido seus adversários na véspera, que reconhece que uma andorinha não faz verão e que um país não é propriedade de um partido.

Se eleito, qual seria a atuação do Aécio para garantir a governabilidade no Congresso, dominado por aliados de Dilma Rousseff? Seria preciso dar espaço ao PMDB?

O PT sofreu um baque nessas eleições. Perdeu espaço, perdeu votos, perdeu parlamentares muito atuantes como consequência da divulgação destes escândalos todos que envolvem a legenda. Nós temos já um bom ponto de partida, que são os deputados e senadores eleitos pelos partidos que nos apoiam, que fazem parte da nossa coligação e o dos que vieram a apoiar o Aécio.

Quais propostas o sr. considera fundamental serem discutidas no Congresso nos próximos quatro anos?

Nós já temos projetos que precisam ser levados em frente, como o projeto de lei que muda o indexador da dívida dos estados. Precisamos também fazer a votação do novo Código Penal e atacar a reforma tributária. Há também a reforma política.

A redução da maioridade penal – o sr., inclusive, propôs uma PEC nesse sentido – seria uma prioridade?

Essa é uma questão que envolve valores e divergências ideológicas. Mas há no Senado, uma ampla maioria para a aprovação de uma emenda constitucional que é uma solução equilibrada para o problema e uma resposta a crimes hediondos e violentos cometidos por adolescentes acima de 16 anos, mantendo a regra geral da maioridade aos 18 anos.

O Aécio prometeu fazer em quatro anos pelo Paraná o que não foi feito em 12. Mas todos sabem que é muito difícil mudar a realidade na relação financeira entre estados e União. Como o sr. imagina que essa mudança seria possível?

É preciso definir prioridades. Claramente, é preciso ter uma relação de parceria com os governos. Uma relação com os governadores e prefeitos baseadas no interesse geral, sem nenhum tipo de partidarismo.

O sr. chegou a citar Michel Temer, afirmando que ele seria um líder de partido e não um vice-presidente. Que tipo de vice o sr. pretende ser, caso eleito?

Sou amigo do Michel Temer há mais de 40 anos. Eu apenas constato que ele foi indicado para o cargo de vice-presidente, além das suas qualidades, por ser o ponto de convergência em um partido que há tantas divergências como o PMDB. Diferentemente do meu caso, que sou membro do mesmo partido de Aécio Neves. Acho também que o PMDB reclama, e com razão, porque não é ouvido nas questões estratégicas fundamentais da política econômica, nas prioridades do governo. E, de alguma forma, a presença do Michel Temer na vice-presidência é uma compensação simbólica a essa falta de relevância do PMDB na condução do governo. Aliás, essa opinião é partilhada por muitos peemedebistas.

Que papel o sr. exerceria num eventual governo do Aécio? Poderia assumir algum ministério?

Eu quero ser um colaborador do Aécio. Não quero ser ministro. Quero ser vice-presidente apenas. Que já é muita coisa, aliás.

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