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internacional

Uma nova política externa em 2015

Assunto pouco falado durante a campanha, a relação do Brasil com outros países vai passar por mudanças a partir do ano que vem, independentemente de quem for eleito

Especialistas pedem o resgate do papel do Itamaraty como principal formulador de políticas | Tereze Neuberger/Jornal de Brasília
Especialistas pedem o resgate do papel do Itamaraty como principal formulador de políticas (Foto: Tereze Neuberger/Jornal de Brasília)

Milhões de eleitores que vão às urnas neste domingo ficaram sem saber, durante a campanha, que ideias a presidente Dilma Rousseff (PT) e o oposicionista Aécio Neves (PSDB) guardam para conduzir o Brasil no cenário internacional no quadriênio 2015-2018. Os rumos da política externa do país, no entanto, já são vislumbrados por especialistas e englobam novas acomodações e fortes rupturas, dependendo do tema em questão.

Um dos mais sensíveis é a relação com os Estados Unidos, abalada pela espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) no Brasil, incluindo em seus alvos a presidente. O caso veio à tona com as revelações do ex-técnico da NSA, Edward Snowden, e levou Dilma a cancelar uma visita de Estado aos EUA. As expectativas nesse caso são de normalização.

Embora concordem com o posicionamento da presidente, alguns especialistas recomendam um recomeço na relação com os EUA. "Acredito que num segundo mandato ela vai reajustar varias coisas, vai procurar mais os EUA para dinamizar a economia porque, independentemente de quem for presidente, a economia vai ter problemas. E Aécio com certeza vai priorizar as relações com os EUA" disse o brasilianista James Green, do programa Brazil Initiative, da Brown University.

Para o embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, a relação da China como principal parceiro comercial não deve ser alterada caso qualquer um dos candidatos ganhe as eleições. Ele explica que, do ponto de vista econômico, nos últimos 14 anos a China tem buscado aumentar a exportação e comprar as commodities brasileiras, sobretudo minério e soja. E não tem interesse em mudar de maneira alguma essa relação.

Em desenvolvimento

No que diz respeito aos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), no entanto, acredita-se que as relações estratégicas podem ser congeladas caso Dilma não seja reeleita. É improvável que a vitória de Aécio signifique a reversão em acordos já feitos, mas todas as parcerias podem entrar na geladeira.

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