O prefeito eleito Rafael Greca (PMN) disse em entrevista à Gazeta do Povo nesta segunda-feira (31), menos de 24 horas depois de sua eleição, que não acredita haver dinheiro para o metrô de Curitiba. Classificou a promessa do governo federal de ajudar no pagamento da obra como “história da carochinha”.
Greca disse que se houver o dinheiro para o metrô em Brasília irá buscá-lo. “Mas não acredito que exista. Eu conheço Brasília”, afirmou. Segundo ele, Gustavo Fruet (PDT) foi ingênuo de anunciar a obra contando com verba federal. “Vamos parar de acreditar em história da carochinha.”
Vídeo: confira a entrevista de Greca à Gazeta na íntegra
Fruet, aliás, foi um dos principais temas da entrevista. Greca, que chegou a elogiar o atual prefeito como “bom parlamentar” no primeiro turno, agora disse ter “perdido o respeito”. “Colocar sicários armados perto da minha casa para me intimidar? Vai ter que pedir desculpas”, disse.
No final do primeiro turno, dois guardas municipais foram presos perto da chácara de Greca em Piraquara. O prefeito eleito diz que o objetivo era intimidá-lo – naquela semana, a Folha de S.Paulo tinha divulgado texto revelando o sumiço de obras que supostamente estariam na chácara de Greca.
A mágoa do prefeito eleito com Fruet é clara a todo momento. Mesmo assim, diz que conversará com ele em nome da transição, que promete começar nesta quinta-feira. “Por Curitiba tem conversa até com Satanás, Belzebu, Asmodeu”, disse.
Além de Fruet, Greca mostrou mágoas com Ney Leprevost (PSD), seu adversário no segundo turno, e com o padrinho político dele, Ratinho Jr. (PSD). Segundo Greca, Leprevost foi um “fantoche” de Fruet. “O Fruet perdeu duas vezes”, disse. “E o Ratinho com essa derrota de ontem é cada vez menos governador.”
Apesar disso, o novo prefeito prometeu manter o que houver de bom da atual gestão. Sobre a área calma, preferiu não dizer se mudará ou não. Disse que ouvirá o Ippuc que, segundo ele, será presidido por um funcionário da casa e substituirá a Secretaria de Planejamento.
Greca prometeu colocar técnicos nas secretarias. “É bom que venha do chão de fábrica”, disse. “Políticos somos eu e o Eduardo Pimentel”, afirmou. Até o momento, o único secretário anunciado é João Carlos Baracho, da saúde.
Greca disse que a colocação de técnicos acabará com um predomínio da universidade, que enxerga na gestão Fruet. “Não adianta por doutores que ficam lidando com estatísticas mirabolantes. Não dá certo, não deu certo”, disse. “Acabou o politburo dos acadêmicos”, falou.
Confira a entrevista na íntegra
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