
As intenções de voto no candidato à prefeitura de Curitiba Requião Filho (PMDB) “derreteram” em menos de um mês. O candidato iniciou a disputa tecnicamente empatado com o candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT), em segundo lugar e com 16% das intenções de voto*. Em menos de um mês, na pesquisa divulgada nesta segunda-feira (19), aparece em terceiro lugar, com apenas 8% das intenções de voto**. Se por um lado Requião Filho caiu nas pesquisas, de outro, o índice de rejeição ao candidato aumentou de 21% para 38% em menos de um mês - tornando o peemedebista o líder em rejeição entre os prefeituráveis.
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Entre as explicações para a queda no ranking - a maior entre todos os candidatos - o cientista político Luiz Domingos Costa destaca o enfoque da campanha eleitoral utilizado pelo candidato. “É uma campanha muito segmentada, que talvez tenha afastado o eleitor tradicional. É uma campanha voltada para o jovem da periferia, mas que não colou”, analisa. Durante a campanha, o candidato chegou a lançar um rap com a participação dos músicos Pedro Alexandre (PA) e Pedro Henrique.
Para o especialista em marketing político Marcos José Zablonsky, a campanha não teve a aderência do eleitor. “Não pode achar que só porque está usando determinadas abordagens , o jovem eleitor está só vinculado a esse nicho. Não é porque ele é jovem que terá os jovens aderindo a sua campanha”, analisa.
Outro fator, segundo Zablonsky, é a campanha mais curta, que obriga o eleitor a escolher mais rápido um candidato. “Com o tempo de campanha os eleitores estão tendo que começar a formar uma opinião sobre quem eles vão escolher para assumir a cadeira na prefeitura. Os 45 dias de campanha obrigam o eleitor a tomar uma decisão mais rápida e a razão passa a assumir uma posição bastante significativa”, analisa o especialista. Até a última eleição, o período de campanha era o dobro - 90 dias.
O efeito Requião pai - o senador Roberto Requião (PMDB) também já passou, de acordo com Zablonsky. O candidato, que também é deputado, escolheu o nome Requião Filho para disputar as urnas, mas não possui nem Requião, nem Filho no nome de batismo - Maurício Mello e Silva. “Toda aquela carga que o pai tinha de aderência do nome já se esgotou”, analisa o especialista.
Se o efeito positivo do nome Requião já passou, Costa alerta que não dá para culpar o nome pelos efeitos negativos na campanha. “O nome Requião Filho desperta uma animosidade, mas não dá para colocar tudo na conta do pai”, ressalta.
Outro lado
Ao ser ouvido sobre o resultado da pesquisa divulgada nessa segunda, o deputado estadual criticou a pesquisa. “Eu acho que a divulgação de pesquisas há muito tempo deixou de informar para criar tendências. Vou continuar trabalhando e correndo atrás do voto”, disse. Ao comentar o índice de rejeição, o parlamentar se limitou a dizer que “O Ibope deveria sair comigo na rua”.
Fichas técnicas
*A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 19 e 22 de agosto com 602 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-04300/2016.
***A pesquisa foi contratada pela Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A e foi realizada entre os dias 15 e 18 de setembro com 805 eleitores. A margem de erro da pesquisa estimulada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o protocolo Nº PR-01610/2016.



