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Orçamento estadual

Em 2012, Paraná vai gastar mais com Copa, cultura e Defensoria

Lei de Diretrizes Orçamentárias, aprovada ontem pela Assembleia, mantém gastos de 30% da receita com educação e de 12% com saúde

Arena da Baixada: governo reserva na LDO dinheiro do Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) para obras referentes à Copa de 2014 | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Arena da Baixada: governo reserva na LDO dinheiro do Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) para obras referentes à Copa de 2014 (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do estado para 2012 foi aprovada ontem na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em primeira discussão, com a previsão de que o governo do Paraná arrecadará R$ 27,1 bilhões ao longo do ano que vem. O texto, que estabelece os princípios básicos da gestão estadual no ano que vem, mantém a destinação de 30% do orçamento para a educação (R$ 8,1 bilhões) e outros 12% para a saúde (R$ 3,2 bilhões) e traz algumas novidades. Entre elas estão a garantia de destinação de R$ 47 milhões para a criação e funcionamento da Defen­­soria Pública e o repasse de cerca de R$ 80 milhões para o Fundo Estadual de Cultura, que deve ser regulamentado ainda neste ano. Também está previsto dinheiro para obras relativas à Copa do Mundo de 2014 em Curitiba.

A LDO prevê a destinação de recursos para a Copa por meio do Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE). O texto não deixa claro quanto deve ser liberado nem se esse dinheiro será usado para obras de infraestrutura viária relativa à Copa ou para o financiamento da construtora que irá realizar as obras de conclusão da Arena da Baixada. A engenharia financeira que viabilizou a reforma da Arena prevê que a empreiteira possa emprestar dinheiro do FDE para a obra.

Despesas específicas

Apesar de ser uma lei genérica para elencar as diretrizes que irão basear a elaboração do orçamento de 2012, a LDO já determinou algumas despesas específicas, como é o caso da Defensoria e do Fundo de Cultura.

A reserva de verba para a Defensoria Pública, por exemplo, aumentou em quase R$ 20 milhões em relação à previsão inicial, que era de R$ 28 milhões anuais. Mas, uma emenda do próprio líder do governo na Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), aumentou o montante para R$ 47 milhões.

Outra emenda, apresentada pelo deputado Péricles de Mello (PT), determina que o governo repasse ao Fundo de Cultura "até 0,5% da Receita Tributária Líquida" – o que dá cerca de R$ 80 milhões. Segundo o parlamentar, o uso do fundo será regulamentado por meio de um projeto de lei de incentivo a cultura, que deverá ser votado ainda neste ano. O parlamentar esclareceu que a Secretaria da Cultura já está elaborando o texto da nova lei para o setor.

Apesar de já trazer algumas indicações de despesas, a LDO é o documento que determina as principais regras para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), que é votada no fim do ano pela Assembleia e contém o detalhamento dos gastos a serem realizados em 2012.

Porém, o governo estadual diz na mensagem da LDO que irá explicitar as metas e prioridades da administração Beto Richa (PSDB) no Plano Plurianual de 2012 a 2015, que deve ser enviado aos deputados até setembro de 2011. Neste primeiro ano do governo, o orçamento é realizado com base na Lei Orçamentária aprovada ainda no ano passado, durante o governo Orlando Pessutti (PMDB).

Tramitação

A LDO votada ontem pelos deputados foi fruto de um projeto substitutivo aprovado na Co­­missão de Orçamento da As­­sembleia. Ao todo, foram apresentadas 29 emendas ao projeto original do governo estadual, e 22 delas foram aprovadas. Por isso, os deputados de oposição e da base de apoio à administração Richa negociaram e chegaram a um consenso sobre o texto da LDO.

"Bem montada"

"O texto está bem montado, já foi bastante discutido e não deve ter mudanças", disse o líder da oposição e ex-secretário do Planeja­­mento no governo de Roberto Requião (PMDB), deputado Ênio Verri (PT). "Houve um grande entendimento entre os parlamentares da Comissão de Or­­­çamento e isto permitiu a aprovação do substitutivo por unanimidade, acima das questões partidárias", resumiu o deputado Élio Rush (DEM).

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