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plantão médico

Em 500 dias de Lava Jato, nove presos foram parar no hospital

O doleiro Alberto Youssef é o campeão em internações, com pelo menos seis passagens pelo Hospital Santa Cruz. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O doleiro Alberto Youssef é o campeão em internações, com pelo menos seis passagens pelo Hospital Santa Cruz. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Pelo menos nove investigados da Operação Lava Jato já apresentaram problemas de saúde durante o curso das investigações, que completaram 500 dias na última quinta-feira (30). Entre os suspeitos, há casos registrados que se referem a problemas pontuais e a doenças crônicas. O campeão de internações é o doleiro Alberto Youssef, preso em março de 2014, que foi hospitalizado pelo menos seis vezes desde então.

INFORGRÁFICO: O plantão médico da Lava Jato

O doleiro sofre de problemas cardíacos e em setembro do ano passado precisou ser submetido a um cateterismo. Em outubro, precisou ser hospitalizado novamente e, de acordo com os médicos que o atenderam, apresentava quadro de angina instável. A internação ocorreu na véspera do segundo turno das eleições para a Presidência da República e instigou boatos de que o doleiro teria sido envenenado por causa do conteúdo de seus depoimentos em regime de colaboração premiada. O fato foi desmentido pela Polícia Federal e pelo advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto. O último “susto” do doleiro foi em abril deste ano, quando ele desmaiou durante sessões de fisioterapia na carceragem da PF em Curitiba e precisou ser levado ao hospital.

O executivo da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, também precisou ser levado às pressas para o hospital em janeiro deste ano. Na época, ele ainda estava preso na carceragem da PF e foi internado com fortes dores abdominais. Alguns dias depois, o executivo passou por uma cirurgia de retirada de pedras nos rins.

A doleira Nelma Kodama também já precisou deixar a carceragem da PF, onde está presa, para atendimento médico. A primeira vez foi em maio deste ano, quando a Justiça autorizou a realização de exames por causa da suspeita de problemas gástricos. A segunda “visita” de Nelma ao hospital ocorreu depois que ela levou um tombo e fez um corte na cabeça. A doleira precisou ser levada ao pronto-socorro e tomou uma vacina antitetânica, já que bateu com a cabeça em uma barra de ferro.

O juiz federal Sergio Moro também já precisou autorizar que o réu João Procópio, acusado de ser laranja de Youssef e preso no CMP, fosse às audiências na Justiça no assento da viatura e não no camburão. O motivo foi um problema na coluna: Procópio sofre de lombalgia crônica.

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró também passou mal na carceragem e precisou ser atendido pelo Samu. O atendimento ocorreu em fevereiro deste ano e o ex-diretor não precisou ser levado ao hospital. No mesmo mês, o juiz Sergio Moro autorizou que Cerveró recebesse tratamento psicológico na carceragem, a pedido da defesa do ex-diretor.

Um dos últimos presos da Lava Jato, o presidente da Construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, também exige cuidados especiais. O executivo apresenta quadro de hipoglicemia (falta de açúcar no corpo) e precisa de alimentação especial a cada três horas. Ele está preso no CMP.

Outro réu preso que apresenta problemas de saúde é o operador Mário Goes. De acordo com a defesa, ele tem hipertensão, colite e diverticulite – problemas que causam inflamação do intestino –, diabetes e problemas ortopédicos. Em junho desse ano, em uma audiência na Justiça Federal, Goes disse que já passou por uma cirurgia na região lombar da coluna e que também tem problemas na cervical. Nas audiências da CPI da Petrobras realizadas em Curitiba, Goes apareceu bastante debilitado para prestar depoimento.

O filho de Goes, Lucélio Goes, também sofre de problemas de saúde e precisou ser internado em julho deste ano. Ele é acusado de ser operador do esquema de corrupção, mas não está preso atualmente.

O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, também apresenta problemas de saúde. O ex-diretor tem câncer ósseo e já precisou cancelar um depoimento à CPI da Petrobras em julho desse ano por conta do agravamento da doença.

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