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Costa (à esquerda) e Youssef (à direita) ficaram frente a frente. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/ Arquivo
Costa (à esquerda) e Youssef (à direita) ficaram frente a frente.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/ Arquivo

O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, ambos delatores da Lava Jato, passaram por uma acareação de cerca de oito horas nesta segunda-feira (22) na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba. O objetivo foi esclarecer pontos conflitantes das colaborações de ambos.

Um dos assuntos abordados na acareação diz respeito a uma suposta doação para a campanha da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, que envolve o também ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA). Costa afirmou que pediu para Youssef dar R$ 2 milhões à campanha de Roseana a pedido de Lobão. Já Youssef alega que o ex-diretor pode tê-lo confundido com outro doleiro.

Conforme as defesas de ambos, nesse ponto, a divergência foi mantida. “O que o Youssef contesta não é a existência ou não da operação, mas quem realizou a entrega do dinheiro”, afirmou o defensor do doleiro, Tracy Reinaldet. “O Paulo [Costa] disponibilizava recursos, mas nunca participou do outro lado, que é operacionalizar a entrega. Então ele não pode se recordar do que não participava”, disse o advogado do ex-diretor, João Mestieri.

Outro ponto que seria esclarecido é um suposto pedido de R$ 2 milhões feito pelo ex-ministro Antônio Palocci para financiar a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Costa disse que mandou Youssef entregar o dinheiro ao ex-ministro, mas o doleiro declarou que sequer conhece Palocci. Como ainda não foi aberto inquérito oficial sobre esse assunto, esse tema acabou ficando de fora da acareação entre os dois.

Convergência

Segundo os advogados dos delatores, ao todo, nove divergências foram abordadas. Em uma delas, que trata do envolvimento da Braskem no esquema, ambos chegaram ao mesmo ponto quando perguntados dos motivos para suposto pagamento de propina pela empresa, que vendia nafta, insumo petroquímico, para a Petrobras. A empresa emitiu nota oficial em que afirma que todos os contratos com a estatal seguiram a lei.

Ainda segundo os advogados, mesmo mantidas algumas divergências na acareação, não há prejuízo para nenhuma das delações. Os defensores afirmaram que o clima dos depoimentos foi ameno e que não houve exaltações consideráveis.

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