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Dinheiro público

Em ano eleitoral, orçamento de Dilma prioriza área social

Setores que foram alvo de questionamentos nas manifestações de junho também ganharão mais verba em 2014

Obra do Minha Casa Minha Vida: verba do PAC salta de R$ 51,75 bilhões para R$ 61,79 bilhões | Josué Teixeira/ Gazeta do Povo
Obra do Minha Casa Minha Vida: verba do PAC salta de R$ 51,75 bilhões para R$ 61,79 bilhões (Foto: Josué Teixeira/ Gazeta do Povo)

O texto do projeto de lei orçamentária federal para 2014, que seria votado ontem à noite pelo Congresso, priorizou os programas e obras que mais dão visibilidade à presidente Dilma Rousseff, que no ano que vem disputará a reeleição. Também reforçou o caixa das áreas que foram alvo das manifestações de junho.

A previsão para o ano que vem é de um orçamento geral de R$ 2,38 trilhões, contra R$ 2,276 trilhões de 2013 – um crescimento de 4,8%. A área social, porém, foi priorizada e terá um porcentual maior. Programas como Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família se destacam como destinatários de grande volume de recursos.

Criado neste ano, o Mais Médicos, que prevê a "importação" de médicos estrangeiros para áreas do país com poucos profissionais de saúde, terá aumento de 179,6% nas verbas. Passará de R$ 540 milhões neste ano para R$ 1,51 bilhão. Os recursos estão previstos na dotação para a saúde, que pulou de R$ 90,5 bilhões neste ano para R$ 95,7 bilhões. Em porcentuais, saltou de 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 8,4%. A saúde é uma das áreas mais mal avaliadas do governo.

O Mais Médicos é também a principal aposta do PT para melhorar o desempenho do ministro Alexandre Padilha (Saúde) na disputa pelo governo de São Paulo.

O transporte urbano, área que deu origem aos protestos de rua em junho deste ano, também terá aumento de verbas por parte do governo. Os investimentos em mobilidade urbana e transporte passou de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,8 bilhões, um salto de quase 60%.

Também está prevista a aplicação de R$ 82,3 bilhões nas despesas de educação, cerca de R$ 25,4 bilhões acima do valor mínimo exigido constitucionalmente (18% da receita de impostos e a cota federal do salário educação).

O Bolsa Família, que teve início em 2004 e é apresentado pelo governo como um dos mais bem sucedidos projetos de distribuição de renda do mundo, deverá ter em 2014 dotação orçamentária de R$ 24,65 bilhões, ou 0,47% do PIB. É o maior porcentual já registrado na história do Bolsa Família, que teve início em 2004 com 0,29% do PIB. Em 2013 o Bolsa Família correspondeu a 0,44% do PIB.

O projeto do orçamento prevê também um aumento significativo do dinheiro para investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em 2013, foram R$ 51,75 bilhões. Para 2014, estão previstos R$ 61,79 bilhões para obras em todos os setores.

Votação

A proposta que estabelece o orçamento da União para 2014 deveria ser votada ontem pela Comissão do Orçamento, para então ser encaminhada ao plenário do Congresso, onde será apreciada por deputados e senadores. Até o fechamento da edição, a apreciação do texto pela comissão ainda não tinha sido finalizada.

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