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Lava jato

Em aula no Esmafe, Moro usa mensalão para explicar lavagem de dinheiro

Além de responsável pela Operação Lava Jato, Moro atuou no caso do Mensalão como relator da ministra Rosa Weber.

O magistrado falou sobre a importância da criminalização da lavagem de dinheiro que, no Brasil, aconteceu apenas no final da década de 90 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O magistrado falou sobre a importância da criminalização da lavagem de dinheiro que, no Brasil, aconteceu apenas no final da década de 90 (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, deu uma aula sobre o crime de lavagem de dinheiro na Escola da Magistratura Federal do Paraná (Esmafe/PR). Durante a apresentação, ele usou a Ação Penal 470, o chamado Mensalão, para exemplificar algumas questões polêmicas sobre a interpretação jurídica do tema. A aula foi transmitida ao vivo, pela internet. Moro é o juiz responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, mas não falou sobre o assunto.

O magistrado falou sobre a importância da criminalização da lavagem de dinheiro que, no Brasil, aconteceu apenas no final da década de 90. Ele disse que, ao possibilitar condenações por esse crime, tornou-se mais fácil investigar e punir organizações criminosas. Depois, o juiz falou sobre duas questões sobre a interpretação da lei: a confusão com o crime de corrupção e a possibilidade ou não de existir o dolo eventual.

No primeiro caso, ele citou uma decisão controversa do caso mensalão: em situações bastante parecidas, Henrique Pizzolato foi condenado e João Paulo Cunha foi absolvido pelo crime de lavagem de dinheiro. Ele defendeu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), porque, no seu entendimento, o crime de peculato veio antes da lavagem de dinheiro, no caso de Pizzolato. Já no caso de Cunha, ele apenas recebeu o dinheiro já “limpo” – traria-se “apenas” de corrupção.

O juiz voltou a citar o caso mensalão na discussão sobre o dolo eventual. Ele lembrou que a possibilidade ou não de dolo eventual em casos de lavagem de dinheiro chegou a ser debatida durante o julgamento, mas que todas as condenações naquele caso consideraram a existência de dolo direto. Moro defendeu que a doutrina jurídica brasileira deve considerar a possibilidade de dolo eventual nesse tipo de crime, uma vez que torna mais fácil a punição de “lavadores profissionais”.

Além de responsável pela Operação Lava Jato, Moro atuou no caso do mensalão como relator da ministra Rosa Weber.

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