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caso Pasadena

Em CPI esvaziada, Cerveró isenta Dilma de culpa

Cerveró: ex-diretor da Petrobras nega que refinaria de Pasadena tenha sido comprada por falta de informações | Antônio Cruz/Agência Brasil
Cerveró: ex-diretor da Petrobras nega que refinaria de Pasadena tenha sido comprada por falta de informações (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Com aval do Palácio do Planalto, senadores governistas colocaram em prática ontem um plano para esvaziar as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que poderiam arranhar a imagem da presidente Dilma Rousseff às vésperas da corrida eleitoral.

A audiência de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, foi acompanhada por apenas três senadores, todos fiéis aliados do Planalto: além do líder do governo e relator da CPI, senador José Pimentel (PT-CE), estiveram presentes apenas o presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB), e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A oposição boicota os trabalhos da CPI por considerá-lo "chapa branca" e aguarda a instalação de uma comissão mista, incluindo deputados na investigação.

O esvaziamento da reunião também impediu que fosse aprovado um requerimento para convocar Paulo Roberto Costa, ex-diretor da petroleira investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A avaliação é de que o depoimento de Costa poderia causar estragos. Ao responder a um roteiro de perguntas previamente preparado, o ex-diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró, isentou a presidente de qualquer responsabilidade individual pela compra da refinaria de Pasadena. "Não considero a presidente responsável porque não é uma responsabilidade individual. São decisões colegiadas, normalmente aprovadas por unanimidade", afirmou.

Por outro lado, voltou a rebater a justificativa apresentada por Dilma Rousseff para a compra da refinaria, que causou prejuízos à Petrobras. Segundo Dilma, duas cláusulas que não constavam no resumo executivo sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) eram determinantes para a aprovação do negócio pelo Conselho de Administração da estatal. Em março deste ano, quando o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Dilma, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, apoiara a compra da refinaria, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota na qual sustenta que o resumo executivo levado ao colegiado era "técnica e juridicamente falho", por omitir referência a duas cláusulas que, se conhecidas, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho". "As cláusulas não têm importância na aprovação desse negócio. Elas são [condições] contratuais normais em qualquer tipo de negociação", disse ontem Cerveró.

A cláusula Put Option obri­­gava a Petrobras a comprar a outra metade da refinaria em caso de desentendimento com a sócia belga Astra Oil. Já a cláusula Marlim, por sua vez, garantia lucro mínimo aos belgas mesmo que o negócio não desse os resultados esperados.

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