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O veículo, ocupado pelos dois jovens que morreram, ficou completamente destruído | João Carlos Frigerio
O veículo, ocupado pelos dois jovens que morreram, ficou completamente destruído| Foto: João Carlos Frigerio

O deputado apresenta sinais vitais instáveis e respirava com ajuda de aparelhos

  • Carro dirigido pelo deputado ficou com a frente destruída. Vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros no local do acidente
  • Fernando Ribas Carli Filho (PSB) é filho do prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli (PP)

Até as 8 horas desta sexta-feira (8), o deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho (PSB) permanecia em coma. Ele foi internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba, na madrugada de quinta-feira (7), após se envolver em um acidente de trânsito no bairro Mossunguê durante a madrugada. Duas pessoas morreram no choque.

Segundo o último boletim médico, divulgado pelo hospital as 18h30 de quinta, o deputado apresentava sinais vitais instáveis e respirava com ajuda de aparelhos. O parlamentar sofreu traumatismo craniano grave, associado a múltiplas fraturas no rosto. Carli Filho está sob os cuidados das equipes de neurologia, cirurgia bucomaxilofacial, além da equipe de terapia intensiva. Ainda de acordo com o boletim, as próximas 72 horas serão decisivas para definição do prognóstico.

Um novo boletim médico deve ser divulgado até as 10 horas desta sexta-feira.

O deputado tem 26 anos e é filho do prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli (PP). Ele cumpre seu primeiro mandato como deputado estadual, cargo para o qual foi eleito em 2006, com 46.686 votos. Carli Filho é sobrinho do também deputado estadual Plauto Miró (DEM). O acidente

A colisão aconteceu na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski por volta da 1 hora. O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta, que acabou batendo contra um Honda Fit de cor prata. Após a colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via local paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros.

Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, morreram no local. Eles voltavam do Park Shopping Barigui, onde Almeida trabalha. Yared estudava psicologia e planejava viajar para Austrália.

Embora a ocorrência tenha acontecido durante a madrugada, a família só ficou sabendo que o deputado tinha se envolvido no acidente por volta das 10 horas da manhã. A funcionária do apartamento de Fernando Ribas Carli, localizado a poucos metros do local do acidente, viu as imagens na televisão dos dois veículos pela manhã e reconheceu o deputado pelo cabelo e a roupa. Imediatamente avisou a família, que iniciou a busca em hospitais.

"Como ele estava sem documentos ou talvez tenha desaparecido a carteira após o acidente, o hospital e a polícia não sabiam quem ele era e não tinham informações para nos avisar ", disse Plauto Miró, que foi o último a encontrar com o sobrinho antes do acidente. O automóvel dirigido por Carli Filho não era usado por ele diariamente. Ele tem uma Land Rover, que estava no conserto. O Passat era um carro da empresa do pai.

Plauto Miró e Carli Filho jantaram juntos por volta das 22 horas de quarta. "O estado de saúde é grave e esperamos que os médicos salvem a vida dele", completou o tio. A mãe e a avó de Carli Filho devem retornar ao Brasil nesta sexta-feira. Elas estavam num cruzeiro pela Europa quando souberam da notícia. Inquérito

Um inquérito foi instaurado na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) para investigar o acidente. O delegado titular, Armando Braga de Moraes, disse que ainda não é possível afirmar em que circunstância ocorreu a colisão. O excesso de velocidade é uma das hipóteses levantadas. "Pelo estado de destruição que os carros ficaram é possível avaliar, preliminarmente, que algum dos veículos não estava com a velocidade adequada", afirmou o delegado.

Uma testemunha, Alice Brás, disse ao telejornal que tinha aberto a janela de casa para acender um cigarro quando viu o acidente acontecer. "O carro de cor clara entrou devagar e o outro entrou em velocidade alta, subiu em cima do outro e passou por cima. Foi um estrondo muito alto", contou.

Amigos de Yared, que conduzia o Fit no momento do acidente, não acreditam na possibilidade de que o jovem estivesse disputando um racha. "Achei absurdo levantarem essa possibilidade. Ele era sempre muito cuidadoso no trânsito, isso não era da índole dele", disse uma amiga da família que não quis se identificar.

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