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Os dois presos temporários foram trazidos para a  sede da Polícia Federal em Curitiba. | Daniel Castellano/Gazeta
Os dois presos temporários foram trazidos para a sede da Polícia Federal em Curitiba.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta

A Polícia Federal (PF) deflagrou na segunda-feira (16) a 20.ª fase da Operação Lava Jato, com foco em um novo operador do esquema e ex-funcionários da Petrobras. Entre os alvos dessa nova fase está a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), teria causado um prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras.

O negócio, que contou com o aval da hoje presidente da República, Dilma Rousseff (PT), foi iniciado em 2006 e concluído em 2012, após um longo litígio. Em 2006, Dilma, que era chefe da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, presidia o Conselho de Administração da Petrobras. No ano passado, ela acusou a antiga diretoria de ter transmitido ao conselho informações incompletas.

Os investigadores dizem acreditar que nessa nova fase da Lava Jato é possível colher provas que possibilitem a reversão da compra de Pasadena. “É importante este caso porque, quem sabe, com estas provas, nós consigamos, talvez, ou anular a compra ou quem sabe talvez ressarcir o patrimônio público brasileiro”, diz o procurador do MPF Carlos Lima. “Esse negócio objetivamente está viciado.”

“A existência de pagamentos de corrupção está bem clara. Vários funcionários receberam pagamentos para que o negócio fosse realizado”, afirma o delegado da PF Igor Romário de Paula.

Segundo revelado pelo colaborador Fernando Soares, a empresa Astra Oil repassou a quantia de US$ 15 milhões a fim de que Soares transferisse o montante de propina prometido a cada um dos agentes públicos envolvidos na compra de Pasadena. Ainda de acordo com Fernando Soares, os pagamentos das propinas foram realizados no exterior.

Prisões

Foram presos temporariamente (com prazo de cinco dias) nesta segunda (16) o ex-gerente executivo da área Internacional da estatal Roberto Gonçalves e o operador Nelson Martins Ribeiro.

De acordo com Carlos Lima, Ribeiro teria sido responsável pelo repasse de pelo menos US$ 5,6 milhões ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa entre 2009 e 2012. O operador já foi investigado por lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro, anos atrás. Para a PF, ele é "um Youssef de dez anos atrás", segundo o delegado Igor Romário de Paula: ou seja, operava em várias frentes, para empresas e contraventores.

Além de Pasadena, as investigações nessa nova fase, batizada Corrosão, devem buscar irregularidades nos contratos referentes à Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ao Comperj, no Rio, e à aquisição de sondas.

Parada técnica

Lima comentou nesta segunda (16) o intervalo entre a 19.ª e a 20.ª fases da Lava Jato. O intervalo de 56 dias ocorreu, segundo ele, por causa das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que fatiaram as investigações que não tinham relação com a corrupção na Petrobras. “Nós tivemos que fazer uma parada técnica para analisar as decisões do Supremo Tribunal Federal”, disse.

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