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Os sete jurados (três mulheres e quatro homens) se reúnem nesta sexta-feira na sala 344 do plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda para decidir o destino de Suzane von Richthofen, Daniel e Cristian Cravinhos. A sessão recomeça nesta sexta-feira com aos debates entre a acusação e a promotoria. Serão três horas para os promotores, e mais duas horas para cada advogado de defesa de Suzane e dos irmãos Cravinhos.

Depois haverá ainda espaço de uma hora para a réplica e a tréplica de cada uma das partes, com direito a mais meia hora de argumentação. Todo o processo pode durar mais de 12 horas. Só então, os jurados se reúnem para responder perguntas do juiz Alberto Anderson Filho e decidir se os três são inocentes ou culpados. A sentença sairá à noite. A promotoria pedirá 50 anos de prisão para cada um.

O quarto dia do julgamento foi marcado pela leitura de cerca 400 páginas do processo pedida pela defesa de Suzane. A leitura durou mais de 9 horas. O que chama a atenção é o comportamento dos jurados, mesmo depois de sessões cansativas, que duram entre 12 e 13 horas. Eles relêem partes do processo e não querem perder nenhum detalhe do que está sendo apresentado. Prestaram muita atenção nas reportagens sobre o caso apresentadas nesta quita-feira.

Mesmo nesta fase bastante burocrática do julgamento, eles se mantiveram atentos, embora se mexessem bastante nas cadeiras como forma de espantar o sono. Nenhum deles pode dormir durante o julgamento. Isso provocaria a anulação do júri. Ao final do dia, nenhum deles cochilou. Uma das juradas inclusive pediu para que fosse feita uma releitura do laudo necroscópico, um procedimento inesperado, já que se sabe exatamente como o assassinato foi cometido. Esse pedido mostra que os detalhes serão decisivos na hora da sentença. Durante o depoimento dos réus e das testemunhas eles também fizeram muitas perguntas a todos

- Os jurados estão excitados com o caso - diz o promotor Roberto Tardelli.

Nesta quarta-feira, a promotoria pediu que os sete jurados fossem retirados do plenário logo após o depoimento de Cristian Cravinhos, que confirmou ter matado Marísia von Richthofen. Alguns deles se emocionaram com as palavras do rapaz. O grau de emoção aumentou quando o pai dos Cravinhos, Astrogildo, subiu ao plenário e abraçou os filhos. Um dos advogados de defesa de Suzane, Mario Sergio de Oliveira, afirmou que este poderia ser um motivo para pedir a anulação do júri.

- Eles não se emocionaram com o depoimento, mas com a situação criada - afirmou.

Já Mauro Nacif, que comanda a defesa da jovem, afirmou que não cogita pedir a anulação do julgamento por esse motivo. O juiz Alberto Anderson Filho disse que o abraço do pais nos filhos se tratou de um 'ato de humanidade'. Nacif concorda.

Isolados dos familiares, sem ver a luz do sol desde segunda-feira e sem receber qualquer remuneração pelo trabalho, os sete jurados terão uma das missões mais complicadas nos últimos anos, que é dar o veredicto de Suzane, Daniel e Cristian.

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