"O partido não vai se meter nisso aí."
André Vargas, presidente estadual do PT, sobre a polêmica envolvendo a bancada estadual do partido que não assinou a proposta antinepotismo.
Em vão Para a direção petista, é uma decisão individual de cada deputado assinar ou não a proposta de emenda constitucional (PEC) apresentada pelo deputado Tadeu Veneri (PT) proibindo a contratação de parentes nos três poderes. Veneri foi o único dos seis deputados petistas que assinou a proposta. Segundo Vargas, não adianta nada o partido "travar essa batalha" no Paraná enquanto não for criada uma lei federal.
Corretivo O PMDB também vai levar a discussão sobre a emenda antinepotismo para dentro do partido. O líder da bancada, Waldyr Pugliesi, convocou todos os deputados para uma reunião conjunta com a executiva estadual. O encontro será amanhã, às 18h30, na sede do diretório estadual do PMDB. O partido quer "enquadrar" os dois deputados que assinaram a proposta antinepotismo: Reinhold Stephanes Júnior e Edson Strapasson. Ameaçam até pedir a expulsão de Stephanes.
Além 1 Além da questão política, a emenda antinepotismo vai render muita discussão nesta semana e pode virar caso de polícia por causa da assinatura do "deputado fantasma". Cresce o número de lideranças que defende enviar o documento para exame grafotécnico. O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), vai pedir oficialmente à direção da Assembléia para enviar o documento, que segundo ele esteve o tempo todo com Veneri, para a perícia técnica.
Além 2 A Assembléia está à caça do deputado fantasma que teria assinado a emenda antinepotismo. A fraude foi descoberta depois que Edgar Bueno (PDT) negou ser o autor de uma das 18 assinaturas do documento.
Chamada O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), está retomando as atividades amanhã depois de uma viagem de dez dias à China e vai fazer um apelo para que todos assinem novamente a proposta. "Não precisamos criar um cavalo de batalha. Se há vontade de fazer a lei, vamos aprovar", disse. "Mas se tiver só 17 assinaturas é porque só tem isso e não dá para forçar ninguém." Rossoni foi o último a assinar a emenda e garante ter contado 17 assinaturas quando recebeu o documento, mas não sabia de quem eram.
Corta Outra emenda constitucional polêmica também pode começar a tramitar na Assembléia. O deputado Mauro Moraes (PMDB) apresentou requerimento pedindo urgência na votação da proposta que acaba com as aposentadorias para ex-governadores e viúvas no Paraná. O deputado pegou carona na cassação definitiva da pensão do ex-governador do Mato Grosso Zeca do PT, no valor de R$ 22,1mil, pelo Supremo Tribunal Federal. A emenda de Moraes ficou engavetada durante todo o mandato anterior.
Pedágio A oposição prepara a artilharia contra o projeto do governador Roberto Requião (PMDB) que autoriza o estado a participar do leilão de exploração do pedágio nas rodovias federais. O líder do PDT, Luiz Carlos Martins, diz que o governador tem de cumprir primeiro a promessa feita na campanha. "O povo tem memória e ainda cobra a famosa frase de campanha do Requião prometendo acabar ou baixar o pedágio", afirma Martins.
Laranjas Outro assunto que será levantado na Assembléia é a compra dos aparelhos de televisão para as 22 mil salas de aulas das escolas públicas estaduais do Paraná. O governo apresentou notas fiscais que discriminam os valores cobrados pela Cequipel (R$ 860,00) e o preço unitário cobrado pela fabricante CCE (R$ 700,00). O vice-líder da oposição, Élio Rusch (DEM), disse que o negócio ainda desperta suspeitas e está fazendo um estudo para verificar se o custo da televisão está dentro do valor de mercado.
Pinga-fogo
O advogado Francisco Alpendre trabalhou na campanha de Osmar Dias (PDT) ao governo do estado indicado pela então cliente, Cila Schulmann Mas quando um número grande de informações da campanha pedetista começaram a vazar para o adversário, Alpendre foi apontado como o principal suspeito Ele é sobrinho do jornalista Fábio Campana, que na época era muito próximo de Requião Foi afastado sem maiores explicações O presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, Ney Leprevost (PP), está chamando a atenção do governo do estado O alerta é baseado na situação precária dos hospitais psiquiátricos, no desfalque na tabela do SUS e na falta de cumprimento da Emenda 29. Deputados do Paraná enviaram documento ao governo federal protestando contra a prorrogação da CPMF até 2011. Na Câmara Federal, os paranaenses também estão mobilizados. O deputado Cézar Silvestri (PPS-PR) disse ser "vergonhosa" a ofensiva do governo para juntar os votos necessários para aprovar a continuidade do imposto.



