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Veja quanto a União tem gasto nos últimos anos com recursos para a saúde |
Veja quanto a União tem gasto nos últimos anos com recursos para a saúde| Foto:

Governo do Paraná atualmente não cumpre os 12% constitucionais

z O governo do Paraná atualmente descumpre a norma de investir 12% da arrecadação estadual em saúde. Durante o governo de Ro­­berto Requião (PMDB), o estado tinha como política incluir os gastos com os programas de saúde dos servidores, o programa Leite das Crianças e despesas com saneamento no orçamento de saúde.

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Volta da CPMF não tem chance de ser aprovada

Defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a recriação da CPMF não tem mais apoio nem mesmo da atual presidente Dilma Rousseff – que logo após ser eleita chegou a cogitar o novo imposto do cheque.

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É ou não é?

A regulamentação da Emenda 29 vai definir o que é e o que não é gasto com saúde. Veja o que está previsto no texto em tramitação na Câmara dos Deputados:

O que é

• Vigilância em saúde epidemiológica e sanitária.

• Atendimento integral e universal em todos os níveis de complexidade, incluindo recuperação de deficiências nutricionais.

• Capacitação de pessoal do SUS.

• Desenvolvimento científico e tecnológico.

• Produção, aquisição e distribuição de remédios e equipamentos.

• Saneamento básico de domicílios em pequenas comunidades ou comunidades indígenas e quilombolas.

• Manejo ambiental para controle de doenças.

• Apoio administrativo a instituições do SUS.

• Gestão do setor.

• Ampliação, reforma e construção de hospitais e unidades de saúde.

• Salário de funcionários, incluindo encargos sociais.

O que não é

• Pagamento de aposentadorias e pensões.

• Pagamento de salários a servidores que não prestem serviços em saúde.

• Merenda escolar e outros programas de alimentação, ainda que executados em unidades do SUS.

• Saneamento básico financiado ou mantido com recursos de taxas e tarifas públicas.

• Limpeza urbana.

• Assistência social.

• Preservação e correção do meio ambiente, sem vínculo com questões de saúde.

• Obras de infraestrutura.

• Planos de saúde para servidores públicos (embora de saúde, o atendimento não é universal, ou seja, privilegia apenas uma categoria de cidadãos).

Fonte: PLP 306/2008

16 cidades ficam com 99% das verbas de alto custo

Apenas 16 dos 399 municípios do Paraná receberam 98,7% do total de recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos de média e alta complexidade. Os repasses totalizaram R$ 821,5 milhões, desde o início do ano. As cidades que ficaram com a maior fatia do bolo integram dez das 22 regionais de saúde estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).

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  • Fundações de uma unidade de raios-X sendo construída pela prefeitura de Curitiba no Novo Mundo: regulamentação da Emenda 29, se passar da forma como está, só traz atribuições financeiras a estados e municípios

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), prometeu colocar em votação até o início do recesso legislativo, no próximo dia 15, o projeto de regulamentação da Emenda Cons­­titucional n.º 29. A expectativa é de que o projeto traga aumento de investimentos públicos em saúde. Porém, a aprovação da proposta poderá provocar uma grande frustração. Isso porque o texto que deve ser aprovado não estabelece um porcentual de gastos da União com saúde, como era a intenção do projeto original, que detinava 10% das receitas federais para o setor. A re­­criação da CPMF para financiar o setor, rebatizada de Contribuição Social para a Saúde (CSS), também não tem chances de ser aprovada (leia mais nesta página).

Sem essas duas opções, não deve entrar dinheiro federal novo no atual sistema de financiamento da saúde – estima-se que a União in­­­vista no máximo 7% de suas rec­­eitas no setor. O projeto prevê que a União deve destinar ao setor o gasto ano do anterior mais a variação Produto Interno Bruto (PIB) – o que já vem sendo feito atualmente pelo governo federal.

Somente estados e municípios terão um porcentual mínimo do orçamento para destinar à saúde. Na verdade, eles terão de conti­nuar a cumprir os mesmos índices atuais: 12% para estados e 15% pa­­ra os municípios. A grande novidade será que prefeituras e governos estaduais serão proibidos de contabilizar como gastos com saúde algumas despesas que hoje são incluídas nessa conta – tais como saneamento básico e planos médicos para servidores públicos. Isso poderá fazer que haja, no cômputo geral, mais verba para a saúde, independentemente do financiamento federal que não virá.

É justamente isso que tem preocupado alguns estados e, principalmente, as prefeituras do país. Já há uma pressão para que o governo federal aumente os repasses aos estados e municípios para garantir que a emenda seja cumprida. O governo Dilma, porém, não quer aumentar as despesas e, por isso, trabalha para que a regulamentação não seja votada. Também há a possibilidade que o texto aprovado na Câmara seja modificado no Senado e passe a incluir um porcentual de gastos para a União.

"O projeto nos dá falsas expectativas", diz o deputado federal Pe­­pe Vargas (PT-RS), relator do substitutivo do projeto de regulamentação da emenda. O parlamentar de­­­­fende que se inicie uma nova ne­­gociação com o governo federal para debater o financiamento da saúde.

Um estudo da professora Élida Graziane Pinto, especialista em políticas públicas e gestão governamental, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mostra que a quantidade de recursos da saúde saltaria dos atuais R$ 65 bilhões por ano para cerca de R$ 100 bilhões se a União cumprisse a destinação de 10% para o setor.

"Meu receio é que a Câmara vote [o projeto] para dar uma satisfação à opinião pública, mas não reveja o financiamento da saúde no Brasil", disse o secretário de saúde do Paraná e vice-presidente na região Sul do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Michele Caputo Neto. Para ele, se a regulamentação foi aprovada como está na Câmara, os estados devem pressionar o senado para incluir a determinação de um porcentual de recursos pela União.

Historicamente, o governo federal vem diminuindo a participação no financiamento da saúde no país, conforme mostra um estudo publicado neste ano pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde – veja gráfico. O porcentual de participação da União no financiamento público da saúde caiu de 75% do total em 1980 para 43,5% em 2008. Enquanto isso, os municípios quadruplicaram o ní­­vel de participação no investimento em saúde (de 7,2% para 29%). E o gasto dos estados saltou de 17,8% para 27,6%.

Tramitação

O substitutivo geral do projeto de regulamentação da Emenda 29 foi aprovado em 2008, mas um destaque (emenda) apresentado pelo DEM não foi analisado desde então. O destaque, na prática, in­­viabiliza a cobrança da CSS, que seria de 0,1% de todas as movimentações financeiras. Esse deve ser o principal ponto a ser retomado na votação na Câmara.

Interatividade

Você acha que é justo que estados e municípios sejam obrigados a destinar um porcentual fixo de suas receitas para a saúde e o governo federal não?

Por quê? Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

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