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Justiça

Emenda dos TRFs pode entrar em “janela” de votações

Proposta que cria mais quatro Tribunais Regionais Federais no país está na fila de espera na Câmara dos Deputados

Sérgio Souza (centro da foto): senador paranaense quer aproveitar período morno da pauta da Câmara dos Deputados para aprovar novos TRFs | Divulgação
Sérgio Souza (centro da foto): senador paranaense quer aproveitar período morno da pauta da Câmara dos Deputados para aprovar novos TRFs (Foto: Divulgação)

Congressistas e governadores do Paraná, Amazonas, Bahia e Minas Gerais vão intensificar a pressão pela votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria mais quatro Tribunais Regionais Federais (TRFs) no país. Já aprovado pelo Senado, o texto espera pela apreciação do plenário da Câmara dos Deputados há nove anos. A intenção é colocá-lo na pauta de votações da próxima semana.

Ontem, o senador paranaense Sérgio Souza (PMDB) organizou uma reunião em Brasília com representantes dos quatro estados que abrigariam os novos tribunais para definir a estratégia de defesa da PEC. "Temos uma rara janela de oportunidade para que o texto seja votado", disse Souza. A ideia é tentar aproveitar um período morno da pauta da Câmara, que deve durar por mais 15 dias.

Enquanto a proposta que trata da Desvinculação das Receitas da União (DRU) não for apreciada pelo Senado, a ordem da base governista é não votar na Câmara matérias que possam trancar a pauta dos senadores, como medidas provisórias. Enquanto isso, os deputados devem se dedicar à discussão de outros textos em sessões extraordinárias. Anteontem, por exemplo, eles aprovaram em primeiro turno a PEC da Música, que concede imunidade tributária sobre a produção musical nacional. O texto tramita há quatro anos no Congresso.

"Agora é a hora, mas cada um precisa fazer a sua parte", afirmou durante a reunião o senador Walter Pinheiro (PT-BA). Relator do Plano Plurianual, que define as metas orçamentárias do Poder Executivo federal entre 2012 e 2015, o petista está incentivando parlamentares a apresentar emendas que garantam recursos para a instalação dos tribunais. Até agora, a indefinição sobre os gastos gerados pela proposta são os principais entraves para a aceitação do governo.

Souza conversou sobre o assunto ontem com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e ouviu que a base aliada será orientada a votar contra qualquer proposta que implique aumento de gastos. Em contrapartida, o relator da PEC na Câmara, Eduardo Sciarra (PSD), já se comprometeu a suprimir do texto um dispositivo que previa a instalação dos tribunais em um prazo de 180 dias após a promulgação da emenda. Com isso, o governo não terá obrigação orçamentária imediata, mas o texto precisará ser apreciado novamente pelo Senado. Além disso, o Superior Tribunal de Justiça precisará encaminhar ao Congresso um novo projeto de lei detalhando quantos cargos (inclusive de desembargadores) vinculados aos TRFs precisarão ser criados.

"Aumenta um pouco o caminho, mas ainda é o melhor jeito", justificou Sciarra. Além disso, o presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais do Paraná (Apajufe), Anderson Furlan, se comprometeu a apresentar uma nota técnica com uma estimativa sobre os gastos gerados pelos TRFs até terça-feira. No mesmo dia, governadores dos quatro estados devem se reunir com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para pedir que a PEC seja incluída na pauta de votações.

Anteontem, após reunião com Souza, Pinheiro e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Maia se comprometeu a levar a proposta de inclusão na pauta ao colégio de líderes.

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