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Meio ambiente

Emendas podem acabar com áreas protegidas no país

Medida provisória editada pela presidente ajusta os limites de parques na Amazônia, atingidos por obras de três usinas hidrelétricas

Uma fatia de 6,5 mil km2 de unidades de conservação, equivalente a mais de quatro vezes o território da cidade de São Paulo, pode perder a condição de área protegida na carona de uma medida provisória editada pela presidente Dilma Rousseff para ajustar os limites de parques na Amazônia, atingidos por obras de três usinas hidrelétricas: Tabajara, Santo Antonio e Jirau, todas em Rondônia. A MP está na pauta de votação da Câmara.

A emenda com maior impacto é do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Ele propõe a redefinição dos limites da Floresta Nacional do Jamanxim, que perderia 5,2 mil km2, área já ocupada por famílias sobretudo com gado.

O senador propõe ainda retirar a proteção máxima de pouco mais da metade da Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, também no Pará. "Estamos tentando mostrar que as emendas não trazem perigo à questão ambiental, apenas flexibiliza a atividade produtiva onde ela não é permitida", diz.

Proporcionalmente, a proposta mais radical, do deputado Odair Cunha (PT-MG), reduz o Parque Nacional da Serra da Canastra em aproximadamente 70%. A unidade abriga nascentes do Rio São Francisco. Mede cerca de 2 mil km2 e ficaria reduzida a 715 km2, segundo a emenda apresentada à MP 542, de agosto.

O chefe do parque, Darlan de Pádua, admite que parte dos moradores da área protegida ainda não recebeu indenização pela desapropriação das terras. O atraso é um dos argumentos usados em público para o ataque às áreas protegidas na Amazônia.

"Não é numa canetada que isso será resolvido", argumenta Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. "Esperamos que isso não passe no Congresso." Se as emendas forem aprovadas, o ministério recomendará a Dilma que vete as mudanças.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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