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Apontada como sócia da Alberto & Pantoja Construções, empresa fantasma do grupo de Carlinhos Cachoeira, Roseli Pantoja levantou a suspeita na CPI de que o ex-marido foi o responsável por abrir empresas que só existem no papel. No começo do depoimento na CPI, nesta quarta-feira (15), houve a suspeita de que a comissão tinha convocado a Roseli errada: ela não confirmou o número do CPF lido pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). Mas, no curso do depoimento, ela confirmou conhecer o homem - o ex-marido - que pode ter aberto empresas fantasmas para o grupo de Cachoeira.

Contador, o ex-marido recebeu uma procuração de Roseli para abrir uma empresa para ela e pode ter usado o documento com a finalidade de registrar os empreendimentos fantasmas. São seis empresas no nome de Rosely Pantoja (com "y"), com um número de CPF diferente e alteração do nome da mãe. Para o relator da CPI, a organização criminosa cadastrou o CPF diferente intencionalmente, em 2009, e usou o nome de Roseli para abrir as empresas e movimentar o dinheiro da Delta Construções.

Somente a Alberto & Pantoja, pertencente à organização criminosa de Cachoeira, movimentou R$ 60 milhões, dos quais R$ 27 milhões foram depositados pela Delta Construções. A CPI tenta mapear o destino do dinheiro. Ao todo, dados do sigilo bancário da empreiteira mostram que 13 empresas fantasmas receberam R$ 302 milhões da Delta entre 2008 e 2012, como mostrou hoje a edição de O GLOBO. Parlamentares que integram a CPI querem convocar o ex-marido de Roseli, para saber o contexto da abertura de parte de parte dessas empresas.

O primeiro a comparecer nesta quarta à CPI foi o ex-presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso, cuja indicação ao cargo é considerada uma cota do bicheiro Carlinhos Cachoeira no governo de Marconi Perillo (PSDB) em Goiás. Ele é citado mais de 500 vezes nas conversas telefônicas usadas nas investigações da Operação Monte Carlo. Edivaldo fez uso do direito constitucional de permanecer calado e foi dispensado pela presidência da CPI.

Também estava convocado o ex-segurança do ex-senador Demóstenes Torres, Hillner Braga Ananias, que é capitão da Polícia Militar do Estado de Goiás. Ele fez uso do direito de ficar em silêncio e foi dispensado logo após. A sessão terminou por volta das 13h45.

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