• Carregando...
Santiago afirmou, em depoimento à CPI, que pagou pela casa em dinheiro, ao contrário do que diz o governador | Antonio Cruz/ABr
Santiago afirmou, em depoimento à CPI, que pagou pela casa em dinheiro, ao contrário do que diz o governador| Foto: Antonio Cruz/ABr

O empresário Walter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão e que afirma ter comprado uma casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), contradisse nesta terça-feira (5), durante depoimento na CPI do Cachoeira, a versão do tucano sobre a venda do imóvel. Foi nesta casa, localizada em Goiânia, que Carlinhos Cachoeira, amigo de Walter Paulo, foi preso pela Polícia Federal no último dia 29 de fevereiro.

Por volta das 15h30, Sejana Martins, diretora da Faculdade Padrão e sócia da empresa Mestra Administração e Participações, começou a depor na CPI. No cartório de registro de imóveis, a casa vendida pelo governador está registrada no nome dessa empresa.

A suspeita da polícia é de que essa empresa seja usada como "laranja" do suposto esquema liderado por Cachoeira. Sejana Martins obteve um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux garantindo seu direito de permanecer em silêncio durante o depoimento. Écio Antônio Ribeiro, sócio da Mestra Administração e Participações, é o último esperado pelos parlamentares.

Desmentido

O governador Perillo vem afirmando que recebeu três cheques (dois de R$ 400 mil e um de R$ 600 mil), que somam R$ 1,4 milhão. No entanto, Santiago afirmou hoje, em depoimento à CPI, que pagou pela casa em dinheiro, "em notas exclusivas de R$ 50 e R$ 100". "Entreguei na minha casa os pacotinhos", disse o empresário.

Segundo ele, o dinheiro foi entregue em julho a Lúcio Fiuza, assessor especial de Marconi Perillo, e a Wladimir Garcez, apontado pela PF como braço direito de Cachoeira.

Em relação a Garcez, diz o empresário, também foi paga uma comissão extra de R$ 100 mil pela intermediação do negócio. Ele afirma nunca ter se encontrado diretamente com Perillo para tratar da venda da casa.

Segundo o empresário, o dinheiro não pertencia à Mestra Administração e Participações, empresa em nome da qual foi registrada a escritura da casa.

De acordo com Walter Paulo, o dinheiro para a compra da casa é originário de um empréstimo, mas disse não saber de quem. Segundo ele, a informação poderia ser dada pelo contador da Mestra, que, afirma, foi quem lhe entregou o R$ 1,4 milhão usado na transação.

Perguntado sobre o nome do contador, disse apenas que ele chama-se Paulo, mas não soube informar o sobrenome. "Eu não lembro", disse.

Questionado sobre o local onde pegou o dinheiro supostamente sacado pelo contador, não respondeu. "Eu deixo de responder a essa pergunta, se possível, porque eu não tenho a lembrança exata", disse o empresário.

Braço direito de Cachoeira, Wladimir Garcez afirmou, em depoimento à CPI, semana passada, que o imóvel foi comprado por ele e que o dinheiro para a compra da casa teve como origem "empréstimos" feitos por Cachoeira e pelo ex-diretor regional da Delta Cláudio Abreu, também preso na Operação Monte Carlo. A Excitant Confecções, segundo laudo da PF, recebeu R$ 250 mil da Alberto e Pantoja, empresa fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.

Ex-chefe de gabinete de Perillo passa mal

Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi internada na noite de segunda-feira (5), em Goiânia, após uma crise de pressão alta. Com isso, ela não irá depor nesta terça-feira na CPI do Cachoeira.

Ela foi flagrada em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal durante as operações Vegas e Monte Carlo e mantinha contatos frequentes com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de liderar uma rede criminosa envolvendo jogos ilegais, políticos e empresários.

As ligações indicam que Eliane recebeu informações sobre investigações da Polícia Federal que beneficiavam políticos ligados a Cachoeira e teria avisado o prefeito do município goiano de Águas Lindas, Geraldo Messias de que a polícia faria uma busca na casa dele.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]