
O empresário do ramo de serviços gráficos e organização de eventos Benedito Rodrigues, que manteve contratos de R$ 525 milhões com órgãos do governo federal de 2005 a 2014, foi preso nesta sexta-feira (29) pela Polícia Federal de Brasília junto com três sócios.
Bené, como é conhecido, foi preso em flagrante –assim como seus sócios – sob suspeita de crime de associação criminosa, que prevê pena de um a três anos de prisão. Ele trabalhou em campanhas eleitorais do PT e estava em um avião apreendido pela PF em outubro de 2014, que carregava R$ 113 mil em espécie.
Não havia mandado de prisão emitido pela Justiça Federal mas, ao apreender documentos nesta manhã após a deflagração da Operação Acrônimo, a polícia decidiu prendê-los. Eles haviam sido conduzidos à PF para depoimento e em seguida informados sobre a prisão em flagrante.
O objetivo da operação é “esclarecer a suspeita de que os valores que circulavam nas contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados vinham da inexecução e de sobrepreço praticados pelo grupo em contratos com órgãos públicos federais”. Foram expedidos 90 mandados de busca e apreensão em 60 empresas e 30 residências nos estados de Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal.
A PF afirma que os envolvidos são suspeitos de ocultar a origem do dinheiro por meio da técnica de “smurffing” –tentativa de evitar a identificação de movimentações fracionando valores –, além de confusão patrimonial e do extensivo uso de “laranjas”.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Dennis Cali, a investigação da PF concluiu, com base em trabalhos do Tribunal de Contas da União (TCU), que um grupo de 30 empresas geridas pelas mesmas pessoas desviou dinheiro público por meio de “sobrepreço e inexecução de contratos”.
A PF não revelou os nomes dos detidos nem os órgãos públicos que são alvo da investigação. Nenhuma autoridade com foro privilegiado é alvo da investigação.



