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Na quinta-feira, 18 de junho, o prefeito Beto Richa (PSDB) anunciou a demissão de três funcionários da prefeitura de Curitiba: o secretário de Assuntos Metropolitanos, Manassés de Oliveira; Raul D’Araújo Santos, superintendente da mesma pasta e ex-secretário do Trabalho e Emprego; e Alexandre Grandolisnki, lotado na Secretaria do Trabalho.

No domingo passado, a Gazeta do Povo publicou uma reportagem revelando o pagamento em dinheiro a dissidentes do PRTB que criaram um comitê de apoio a Richa na eleição do ano passado. O dinheiro, não contabilizado pela prestação de contas de campanha de Richa, era entregue por Gardolinski, na sede do Comitê Lealdade, aos ex-candidatos a vereador do PRTB. O pagamento era feito em espécie, o que não é permitido pela legislação.

No mesmo dia, o programa Fantástico mostrou uma reportagem com o vídeo gravado por Gardolinski fazendo os pagamentos. No total, 23 pessoas aparecem recebendo dinheiro – entre eles, Manassés e Raul. Os dois aparecem assinando recibos em nome de terceiros.

Dentre os que aparecem no vídeo recebendo dinheiro, outras cinco pessoas trabalhavam na prefeitura, três delas com cargos em comissão. Outros ex-candidatos a vereador pelo PRTB afirmaram à Gazeta que houve oferta de cargos na administração pública como pagamento por uma possível desistência.

Na segunda-feira, dia 22, o presidente do comitê financeiro da campanha de Beto Richa, Fernando Ghignone, e o coordenador jurídico do PSDB durante a eleição, Ivan Bonilha, negaram a existência de caixa 2 na campanha e afirmaram que o comitê financeiro da campanha de Richa não teria responsabilidade sobre a gestão financeira do Comitê Lealdade, porque ele era independente. A Gazeta apurou que a casa onde funcionou o comitê foi alugada pela campanha de Richa.

Bonilha e Ghignone procuraram relacionar a divulgação das suspeitas de caixa 2 na campanha a uma armação política para prejudicar o prefeito de Curitiba em uma possível candidatura, no ano que vem, ao governo do Paraná. Apresentaram um vídeo que registra uma conversa entre eles e Rodrigo Oriente – o responsável pelo vazamento das gravações realizadas no comitê de dissidentes do PRTB.

Na quarta, 24, a prefeitura anunciou a exoneração de mais três pessoas que aparecem no vídeo recebendo dinheiro: o assessor técnico Luiz Carlos Déa (o ex-vereador Mestre Déa), lotado na Secretaria do Esporte; o gestor público Luiz Carlos Pinto e o assessor técnico Gilmar Luiz Fernandes, ambos da Secretaria do Governo Municipal. Já os servidores de carreira Cristiane Fonseca Ribeiro (Secretaria do Trabalho) e Nelson Bientinez Filho (Secretaria de Esporte) perderam gratificação.

No mesmo dia, o prefeito foi à sede da Procuradoria Regional Eleitoral, em Curitiba, para protocolar um pedido de investigação para que todas as denúncias fossem apuradas.

Em depoimento à Procuradoria Regional Eleitoral, Rodrigo Oriente afirma ter sido funcionário fantasma da administração municipal, durante quase um ano, como parte de um esquema de repasses de recursos para Alexandre Gardolinski. E entregou documentos que indicariam o que o secretário da Administração de Curitiba, José Richa Filho, sabia sobre o repasse de dinheiro do PSDB para o comitê.

Na sexta-feira, a presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB-PR, Carla Karpstein, protocolou no TRE o pedido de cassação de Beto.

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