Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Segurança em crise

Entidades de direitos humanos temem volta de grupos de extermínio

Entidades de direitos humanos acham que a polícia está matando aleatoriamente as pessoas e temem que essa reação aos ataques do crime organizado abra espaço para a volta dos grupos de extermínio na cidade. Elas encaminharam à Ouvidoria Geral da Polícia de São Paulo um pedido para a apuração detalhada das mortes e um perfil das pessoas assassinadas. Uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia de São Paulo está marcada para às 14h de sexta-feira.

- Pessoas estão morrendo por estarem na hora errada e no lugar errado - diz Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos.

Alves afirmou que a morte aleatória de pessoas pode abrir espaço para a "matança indiscriminada" e ressuscitar grupos de extermínio, esquadrões da morte e justiceiros. Isso, na avaliação dele, transformaria o estado em um "faroeste", onde qualquer um pode se tornar suspeito. Desde o início dos ataques 93 pessoas morreram nos confrontos.

- Há arbitrariedade nessas mortes. Pessoas estão morrendo com um tiro na nuca. Pelo menos 20% dos mortos não foram identificados. Como pode a polícia matar um suspeito e não ter a identificação dele? - pergunta Adriana Loche, secretária-executiva do Centro Santo Dias da Arquidiocese de São Paulo.

Adriana disse que não quer nenhuma facção criminosa dominando a cidade de São Paulo, mas afirmou que a polícia não pode desrespeitar os direitos humanos. Para ela, o Estado precisa melhorar a sua política de segurança pública e de administração penitenciária. Ela também teme a volta de esquadrões da morte com a falta de articulação do governo e as mortes de pessoas inocentes.

Duas chacinas e um assassinato foram registrados em São Paulo entre a noite de ontem, terça-feira, e a madrugada desta quarta-feira. No Jardim Brasil, na zona norte, três jovens foram executados em um lava-rápido por volta das 22h de terça-feira. Os assassinos chegaram em oito motos vestindo tocas ninjas e capacetes. Meia hora depois, no bairro Jaçanã, também na zona norte, outro homem foi morto por um motoqueiro. A polícia investiga se os dois casos têm ligação, já que aconteceram em locais e horários próximos.

Por volta de 1h da madrugada de quarta-feira outros três jovens foram mortos no Capão Redondo, na zona sul. Os moradores ouviram os tiros e chamaram a Polícia Militar. As vítimas foram socorridas com vida, mas não resistiram aos ferimentos.

Interatividade

Você acha que a sociedade hoje está se tornando refém dos criminosos? Você acredita na política de segurança pública do país? Você acha sua opinião. Participe do Fórum

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.