Depois de dizer que conversaria com o PSB sobre a possibilidade de desistir de seguir como vice na chapa do petista Fernando Haddad, em São Paulo, por causa da aliança selada com o PP, de Paulo Maluf, a deputada federal Luiza Erundina voltou atrás e disse que seguirá na disputa.
"Não sou de recuar. Não diria agora eu vou retirar, absolutamente. Vamos manter a decisão, porque é uma decisão partidária. Vou me empenhar e fazer o melhor que eu puder para dar minha contribuição. Mas vou procurar demarcar campo, de um lado estará o seu Maluf e de outro estaremos nós, eu e setores da sociedade que não concordam com essa aliança", disse Erundina, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
A deputada manteve as críticas ao acordo com Maluf, classificada por ela de "constrangedor". Também disse que com a aliança a vitória ficará "muito mais difícil". Ela ainda ironizou o slogan da campanha de Haddad, "O homem novo para um tempo novo": "O Maluf é novo? Pelo amor de Deus."
Apoio do PP
Depois de uma conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Paulo Maluf anunciou, no começo da tarde de segunda-feira, o apoio do PP à candidatura do petista Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.
Com a aliança, Haddad ficará com o maior tempo na propaganda eleitoral, cerca de oito minutos. Após o anúncio, Erundina disse que iria avaliar com o partido se continuaria como vice do candidato do PT.
O episódio acrescenta mais um conflito à conturbada relação de Erundina com o PT. Fundadora e primeira prefeita do partido em São Paulo (1989-1992), ela deixou a legenda em 1997 para se filiar ao PSB. O desgaste teve início em 1993, quando a hoje deputada foi suspensa por um ano por aceitar o convite do então presidente Itamar Franco para assumir o Ministério da Administração Federal.



