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Operação lava jato

Escuta encontrada na cela de Youssef não anula investigações, afirma MPF

Em nota encaminhada neste domingo (17), órgão federal diz que processos da Operação Lava Jato são lícitos

Por meio de nota encaminhada à imprensa neste domingo (17), a Força-Tarefa do Ministério Público Federal (MPF) afirmou que a descoberta de equipamentos de escuta na sede da Polícia Federal (PF) não é capaz de acarretar qualquer nulidade ao processo de investigação da Operação Lava Jato, iniciada em março do ano passado.

O documento é uma resposta ao fato de a Corregedoria da Polícia Federal (PF) em Brasília ter anunciado a abertura de uma investigação para apurar denúncia de que delegados da operação teriam usado uma escuta ilegal para ouvir conversas do doleiro Alberto Youssef. A informação foi revelada pela Gazeta do Povo na terça-feira passada (12).

A denúncia partiu de um agente da PF em Curitiba. Ele admitiu no início do mês, em depoimento formal a um delegado da PF, ter sido o responsável por colocar um equipamento de escuta na cela da carceragem que seria usada para receber Youssef. O agente, que diz ser responsável pela área de “captação de áudio e vídeo” do setor de inteligência da PF, afirmou que recebeu ordens de colocar a escuta poucos dias antes da chegada de Youssef. O caso levou a própria PF a instaurar nova auditoria para averiguar a escuta.

Na semana passada, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto , afirmou ao jornal que, se o conteúdo do depoimento prestado à corregedoria da PF for verídico, irá entrar com uma ação judicial para anular toda a Operação Lava Jato.

Na nota, o MPF defendeu que o aparelho encontrado na sala onde está preso o doleiro “não era apto a fazer gravações”. A escuta foi localizada no ano passado. Na época, uma investigação foi iniciada, porém teve o arquivamento proposto. A expectativa do órgão federal é que a reabertura do caso seja “conduzida com serenidade e efetividade pela Corregedoria da Polícia Federal”.

O órgão classificou ainda como “precipitada” e “irresponsável” a “extração de conclusões preordenadas”, o que, segundo a nota, “poderia constituir indicador de outros objetivos, todos escusos, como o de substituir toda a equipe de investigadores da Operação Lava Jato da Superintendência da PF no Paraná, com o consequente controle dessa operação, e o de criar falsas nulidades a serem aproveitadas pelos investigados e acusados nos mais diversos processos”.

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