Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Contaminação

Esgoto de dois presídios vai parar em mosteiro de freiras em clausura

O esgoto de dois Centros de Detenção Provisória (CDPs) de Osasco, na Grande São Paulo, está indo parar em pelo menos duas propriedades particulares numa área de proteção ambiental no município vizinho de Cotia. Uma delas é um mosteiro, onde vivem freiras em clausura. A região afetada fica na Rodovia Raposo Tavares, próximo ao trevo do Rodoanel. O problema existe há um ano e meio, segundo moradores do bairro Granja Viana, que afirmam ser obrigados a conviver com um forte mau cheiro e infestações de moscas.

O esgoto já contaminou o Córrego Carapicuíba, que segue pela divisa entre Osasco e Cotia e leva os dejetos por mais de dois quilômetros, prejudicando o solo das duas propriedades. João Del Gaizo Neto, de 53, dono de uma delas, chegou a desviar o curso do córrego para evitar que um pequeno lago em seu terreno fosse contaminado. Apesar dos esforços, a ameaça não foi eliminada. Ao lado, o mosteiro Santa Gema está com a capela infestada de moscas. As freiras sofrem com o mau cheiro, que também prejudica missas e as visitas de crianças do bairro.

Todo o problema surge a partir do sistema interno de esgoto dos CDPs 1 e 2, que estão em uma área de declive. O esgoto precisa ser bombeado para a rede coletora da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Osasco. Porém, as bombas falham com freqüência. Quando ocorrem essas falhas, o esgoto vai parar em um encanamento secundário, afetando as propriedades vizinhas.

- Queremos um mecanismo eficiente de contenção, para deixar de receber o esgoto em nossas casas quando as bombas entopem - reivindica Del Gaizo.

O volume de esgoto é grande, proveniente de 3.240 detentos. O número supera o dobro da capacidade dos CDPs, que é de 1.536 presos. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou, em nota, que adquiriu duas bombas novas para o esgoto dos CDPs e elas "estão funcionando perfeitamente". Além disso, a SAP acionou a Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) para, junto com a Sabesp, resolver o problema. A Sabesp informa que enviou técnicos para verificar a rede de esgoto em volta e dentro dos presídios, à procura de sinais de obstrução no encanamento. Um laudo deve sair em 15 dias.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.