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Manifestantes fantasiados de fantasma protestam em frente à sede da Assembleia: cadê a fantasminha? | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Manifestantes fantasiados de fantasma protestam em frente à sede da Assembleia: cadê a fantasminha?| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Perguntas sem respostas

Desde o início da publicação da série Diários Secretos, algumas medidas foram anunciadas pela direção da Assembleia Legislativa, mas ainda há muitas questões que não foram esclarecidas. Confira os principais questionamentos

Estudantes e representantes de sindicatos pediram ontem a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) e apoio da Polícia Federal (PF) para investigar as denúncias de irregularidades na As­­sem­­bleia Legislativa. As medidas foram defendidas durante protesto que reuniu aproximadamente 50 pessoas na frente da Assem­­bleia. O ato foi organizado pela União Pa­­ranaense dos Estudantes (UPE) e pela União Paranaense dos Estudantes Se­­cun­­daristas (Upes).

No protesto, alguns estudantes estavam cobertos com lençóis brancos, numa referência às denúncias de funcionários fantasmas na Casa, e com o rosto pintado para lembrar o movimento dos "caras pintadas", que pediu o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

Os dois pontos altos do protesto foram a queima simbólica da "caixa preta" da Assembleia Legislativa, em referência aos diários oficiais secretos, e a "mandinga anti-corrupção", feita pelo tarólogo e radialista Chik Jeitoso, pré-candidato a deputado estadual pelo PPS. Além de velas, detergente e muita fumaça, o tarólogo juntou sete abacaxis para que as denúncias "sejam descascadas de uma vez".

Além de estudantes, estiveram presentes representantes de partidos políticos, como PPS, PCdoB e PT, da Central Única dos Tra­­balhadores (CUT) e de sindicatos de servidores do Judiciário, de trabalhadores da saúde, de bancários e de professores estaduais. Apesar disso, a manifestação foi bem mais tímida do que o previsto. Os manifestantes ficaram apenas do lado de fora do prédio da Assembleia.

Representantes do movimento estudantil reconheceram a dificuldade de mobilizar a sociedade em geral para sair às ruas. Para o presidente da UPE, Paulo Moreira Júnior, a sociedade precisa somar forças com as entidades organizadas. "No início é difícil fazer o carro andar. Muitas pessoas declararam apoio por e-mail e telefonemas, mas a população vê de forma negativa as manifestações e a própria imprensa coloca, às vezes, como baderna. Mas a população acomodada nunca vai conseguir nada", disse ele.

Com número reduzido de manifestantes, a maioria teve oportunidade de discursar sobre um caminhão de som. A intenção, porém, é promover outras passeatas. "Não vamos parar até ser criada uma CPI e ver providências por parte do Tribunal de Contas e do Ministério Público", adiantou o presidente da UPE.

O presidente da Upes, Mário de Andrade, também cobrou investigação rigorosa e criticou os parlamentares. "Nenhum deputado teve iniciativa de propor uma CPI para apurar os fatos."

Para sindicalistas, uma comissão par­­la­­mentar de inquérito não seria o melhor ca­­minho para esclarecer as denúncias. "Não sei qual a isenção que terá uma CPI para investigar atos da própria Casa porque me parece que todos os deputados estão envolvidos. Seria melhor chamar a Polícia Federal para apurar as denúncias", argumentou o presidente da CUT no Paraná, Roni Barbosa.

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