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Marcelo Rangel: pedido deverá ser apresentado ainda hoje. | Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo
Marcelo Rangel: pedido deverá ser apresentado ainda hoje.| Foto: Daniel Derevecki/ Gazeta do Povo

Praczyk compara Justus a Papa

O deputado estadual pastor Edson Praczyk (PR) defendeu na tribuna o presidente da Assembleia, Nelson Justus. Ele comparou a crise enfrentada pela Casa com as denúncias contra a Igreja Católica, por causa dos casos de pedofilia envolvendo padres.

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O PPS pediu ontem o afastamento de Nelson Justus (DEM) da presidência da Assembleia Legislativa do Paraná. O deputado Marcelo Rangel, falando em nome da bancada do partido na Casa – Douglas Fabrício e Felipe Lucas compõem o grupo –, comunicou a posição da legenda na tribuna. Foi a primeira manifestação publica de um parlamentar contra Justus desde o início da publicação da série de reportagens "Diários Secretos" pela Gazeta do Povo e RPCTV.

"A bancada dos deputados do PPS pede, que em um ato de grandeza e transparência, excelentíssimo deputado Nelson Justus abra mão da investidura do cargo de presidente da Assembleia Legislativa, para que esta instituição reencontre o trilho da normalidade", disse. Rangel acrescentou que o afastamento do presidente não poderia ser visto como um julgamento antecipado ou presunção de culpa.

Para os deputados do PPS, os "quase inacreditáveis desdobramentos" das denúncias e a "ausência de respostas precisas" pedem uma medida enérgica. Os parlamentares cobram esclarecimentos, a apresentação pública e periódica de relatórios das investigações e auditorias externas. "Punições precisam ser exemplares para o resgate da imagem e credibilidade da instituição", afirmou Rangel.

Justus solicitou que o pedido fosse entregue por escrito. Alguns minutos depois saiu do plenário, deixando o comando da sessão para o vice-presidente, Antonio Anibelli (PMDB).

O deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) tratou de colocar panos-quentes no discurso de Rangel. Mas não deixou de criticar a postura do PPS, afirmando que o partido parecia estar agindo como uma bactéria, que se aproveita de um organismo fragilizado. Em entrevista, Romanelli disse que "politizar o tema de forma partidária era muito perigoso". "Pode parecer oportunismo eleitoral", declarou. Para o peemedebista, o afastamento de Justus neste momento seria precipitado. A saída só deveria acontecer, na opinião do parlamentar, se as investigações apontarem o envolvimento direto do presidente.

Rangel defendeu-se da acusação de Romanelli. "Não é oportunismo não. Isso é posicionamento!" Rangel explicou que a atitude da bancada do partido tem a finalidade de "marcar posição". Ele acredita que o discurso não terá efeito prático, uma vez que o Regimento Interno da Assembleia proíbe o pedido de afastamento formal contra o presidente da Casa, inclusive no Conselho de Ética. "A presidência é reguladora do seu próprio trabalho e fiscal do seu próprio trabalho." O deputado informou que um pedido formal de afastamento do presidente Nelson Justus caberia apenas ao Poder Judiciário. "Apenas o Tribunal de Justiça pode pedir [o afastamento]."

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