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Clima tenso

Rumor de saída de policiais gera mal-estar no Gaeco

Secretaria da Segurança admite que estão ocorrendo trocas de nomes, mas garante que não há relação com a crise da Assembleia com o MP

Policiais e promotores do Gaeco na ação de busca e apreensão para investigar a Assembleia: trabalho conjunto de combate à corrupção desagrada parte dos deputados | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Policiais e promotores do Gaeco na ação de busca e apreensão para investigar a Assembleia: trabalho conjunto de combate à corrupção desagrada parte dos deputados (Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo)

O rumor de troca ou saída de delegados e policiais que fazem parte do Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promovida pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp), está provocando mal-estar entre os integrantes das polícias e do Ministério Público Estadual (MP). A secretaria nega que possíveis mudanças de nomes tenha qualquer relação com a crise institucional entre o MP e a Assembleia Legislativa do Paraná.

O Gaeco, unidade do Ministério Público que conta com a participação de policiais, foi o órgão que promoveu no último sábado a primeira busca e apreensão de documentos da história da Assembleia Legislativa do Paraná. A operação coletou dados para as investigações do esquema de corrupção da Assembleia. E desagradou parte dos deputados estaduais – que reagiram propondo uma emenda à Constituição Estadual para proibir policiais, vinculados ao governo, de participaram do Gaeco, que é do MP.

Ontem, o delegado Alexandre Rorato, que atuava na unidade do Gaeco de Foz do Iguaçu, recebeu o comunicado de que teria de deixar o posto. "Disseram que eu iria para o Denarc [Divisão Estadual de Narcóticos]. Mas parece que não vou para lá", disse Rorato. Fui pego de surpresa. Estava fazendo um bom trabalho aqui. Outros policiais estão temerosos de serem transferidos. Está um clima nebuloso", disse ele.

Na unidade de Londrina do Gaeco também existe o receio de mudanças. Segundo fontes do MP em Londrina, há o rumor de que, a pretexto de fazer um "rodízio", os oficiais da Polícia Militar e os delegados da Polícia Civil seriam retirados do Gaeco. Essa ordem, segundo fontes da Polícia Civil, seria da Secretaria de Segurança.

Mas, por enquanto, ao menos no caso de Londrina, não houve nenhum pedido oficial para a saída dos policiais que fazem parte do Gaeco. O delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Sérgio Barroso, negou que haja qualquer determinação em relação à solicitação de policiais civis do Gaeco. "Não fui consultado sobre isso e não há nenhuma determinação [de mudanças dos policiais que estão no Gaeco]", disse ele. Em Londrina, há um delegado e dois investigadores atuando no Gaeco.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança informou que está sendo feito um remanejamento de policiais em todo o estado – o que pode incluir quem está no Gaeco. De acordo com a secretaria, esse tipo de mudança é comum, ocorre periodicamente e não tem nenhuma relação com as investigações realizadas pelo Gaeco na Assembleia. Segundo a assessoria da secretaria, o delegado Alexandre Rorato será substituído no Gaeco pelo delegado Renato de Jesus, que atualmente está no Denarc de Foz.

Ainda assim, o clima dentro dos Gaecos é de incerteza. A avaliação interna é de que, com a saída de Luiz Fernando Delazari da Secretaria de Segurança, aumentou a pressão sobre o grupo, que tem investigado políticos em crimes. "O Delazari defendia o Gaeco", confidenciou um promotor.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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