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O Plenário da Câmara dos Deputados | Luis Macedo / Câmara dos Deputados/Arquivo
O Plenário da Câmara dos Deputados| Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados/Arquivo

Criado em maio do ano passado, o bloco que reúne 13 legendas médias e pequenas na Câmara dos Deputados, o chamado Centrão, tem sido rejeitado pelos próprios parlamentares que integram o grupo, encabeçado por siglas como PP, PR, PSD, PSC, PTB e SD.

Construído informalmente, mas com direito a anúncio à imprensa no Salão Verde da Casa, o Centrão permaneceu estigmatizado até aqui e sem ganhar robustez, apesar da vitoriosa articulação, ainda em maio, para a cadeira de líder do governo Temer, via André Moura (PSC-SE). O PMDB, por exemplo, que inicialmente chegou a ensaiar uma futura adesão, hoje não enxerga tal possibilidade.

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O bloco foi forjado dias após o afastamento do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ausente na Casa, Cunha desejaria ver seus aliados unidos, daí a participação do peemedebista na formatação do bloco.

Mas, o papel predominante do peemedebista na criação do Centrão é negado até hoje por seus integrantes, embora o estigma tenha permanecido, mesmo com a cassação e prisão do ex-presidente da Casa, já no segundo semestre de 2016.

À boca pequena, o Centrão ainda é tratado como uma espécie de último resquício da “era Cunha” na Casa.

E o bloco “informal” foi ganhando outras pechas. É conhecido, por exemplo, pelo caráter fisiológico. Em troca de cargos na Esplanada dos Ministérios, tem dado respaldo a Michel Temer na Câmara dos Deputados.

Também é conhecido pela instabilidade – assim como estão hoje na base de Michel Temer, já estiveram na bancada de sustentação da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).

No ano passado, foram decisivos no impeachment da petista ao se somarem à “antiga oposição”, encabeçada pelo PSDB e DEM.

Líderes do Centrão sabem, portanto, da força numérica que possuem na Casa - mais de 200 dos 513 parlamentares, daí a preocupação permanente do chefe do Executivo, seja ele qual for.

Mas a “aura negativa” do grupo, somada agora ao impasse em torno da disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, tem forçado seus integrantes a rechaçarem a própria existência da aliança.

“Nós não temos Centrão. Não existe mais essa figura. Está extirpada”, disse o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), um dos dois candidatos do bloco ao comando da Casa, hoje presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O segundo nome do Centrão ao cargo, Rogério Rosso (PSD-DF), também não gosta da alcunha, “Centrão”. “Vocês, da imprensa, que inventaram esse nome”, repete ele. A divisão no grupo na eleição é considerada ruim para a continuidade do informal bloco, e pode beneficiar o parlamentar do DEM na disputa.

Da cadeia, Eduardo Cunha teria classificado de “burrice” a falta de união do grupo na eleição do próximo mês. A declaração, revelada pelo jornal Folha de S.Paulo, teria sido dada a um aliado, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), que o visitou na prisão, no Paraná, na semana passada.

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