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Eterno racha: PSDB já tem três presidenciáveis na disputa por 2018

Desde 2002, tucanos chegam divididos à eleição presidencial e foram derrotados quatro vezes seguidas pelos petistas

Da esquerda para a direita: José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin - os autodeclarados presidenciáveis do PSDB | Igo Estrela/PSDB/Divulgação
Da esquerda para a direita: José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin - os autodeclarados presidenciáveis do PSDB (Foto: Igo Estrela/PSDB/Divulgação)

A menos de dois anos das eleições presidenciais em que devem chegar mais fortes desde a saída de Fernando Henrique Cardoso (FHC) do Palácio do Planalto, os tucanos voltam a conviver com um problema clássico de autossabotagem. Nos últimos quatro pleitos, o partido não conseguiu unir seus principais caciques e chegou à campanha dividido. Agora, com o PT mergulhado em crise, a legenda tenta não cair mais uma vez na armadilha de se perder em uma guerra interna e jogar por terra uma possibilidade real de vitória.

Derrotado quatro vezes seguidas pelos petistas, o PSDB parece não ter aprendido uma das fórmulas de sucesso do maior adversário. Mesmo com quase duas dezenas de correntes internas de ideologias diferentes, o PT costuma marchar unido quando decide quem vai para a urna. Sempre foi assim em torno do ex-presidente Lula e até mesmo da ex-presidente Dilma Rousseff, que foi imposta pelo antecessor e não tinha nenhum carisma junto à militância da legenda.

Tucanos se bicam há quatro eleições seguidas

Em 2013, FHC já alertava para os riscos de os tucanos mais uma vez chegarem divididos no pleito do ano seguinte. “O primeiro passo para a vitória é a unidade. Cansei de ver o PSDB dividido. Chega! Quero o PSDB unido!”, discursou num congresso do diretório do partido em São Paulo. O desabafo do ex-presidente não surtiu efeito: sob a sombra do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra, o senador Aécio Neves (MG) foi derrotado por Dilma, no segundo turno, por uma diferença de apenas 3,28 pontos porcentuais.

E, por ora, os caminhos da legenda apontam novamente para um racha. Hoje, são três os nomes que se apresentam para disputar a Presidência da República: Aécio, Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Internamente, a dianteira está com o parlamentar mineiro, que carrega um recall de 51 milhões de votos das últimas eleições e, como presidente nacional do PSDB, tem o controle da máquina e do fundo partidário.

Além disso, a recondução dele ao comando da legenda teve o aval do próprio Serra, o que mostra alinhamento entre ambos. Correndo por fora na disputa interna, Serra, assim como Aécio, defende uma participação intensa no governo de Michel Temer (PMDB) para que, com uma possível melhora da economia, o PSDB chegue como favorito em 2018. Nesse entendimento entre os dois, ele disputaria o governo de São Paulo no pleito do ano que vem.

Alckmin aposta em distanciamento de Temer

Derrotado por Lula em 2006, Alckmin também tem seus trunfos para voltar a disputar a Presidência da República. O maior deles é o prefeito de São Paulo, João Doria, que conseguiu eleger já no primeiro turno e conta com a fundamental proximidade do empresariado para o financiamento da campanha presidencial. Já na festa da vitória, por exemplo, Dória lançou seu mentor como candidato ao Palácio do Planalto.

O governador paulista também aposta no distanciamento do PMDB de Temer e das polêmicas recorrentes do governo federal. Contra ele, porém, pesa ter ao lado apenas o diretório tucano de São Paulo – todos os outros apontam para um apoio a Aécio. Exatamente por isso, Alckmin já negocia uma migração para o PSB, para ocupar o espaço deixado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que morreu num acidente aéreo durante a campanha presidencial de 2014.

Todo esse cenário, porém, tem o imponderável da Operação Lava Jato. Os três presidenciáveis tucanos já foram citados em delações premiadas no âmbito do petrolão.

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