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investigação na estatal

Ex-diretor da Petrobras e cúpula de empresas são presos

Empreiteiras são suspeitas de pagar propina para fechar contratos. Dezoito pessoas foram detidas ontem

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque foi preso | Márcia Foletto / Agência o Globo
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque foi preso (Foto: Márcia Foletto / Agência o Globo)

A Polícia Federal (PF) prendeu ontem o ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque e executivos da cúpula de grandes empreiteiras do país suspeitas de pagar propina para fechar contratos com a estatal. A ação é a sétima fase da Operação Lava Jato, iniciada em março deste ano, e que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro.

INFOGRÁFICO: Veja quem foi preso e os números da operação

Essas empresas – nove ao todo, pertencentes a sete grupos – têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo as investigações, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede dessas empresas.

Foram emitidos mandados de prisões preventivas e temporárias contra 27 pessoas, dos quais ao menos 18 foram cumpridos.

Prisão

O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, indicado ao cargo pelo então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi preso no Rio. Ele é apontado por procuradores e policiais como o principal operador do PT nos desvios da Petrobras.

Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a diretoria de Duque repassava 3% dos contratos que assinava para o PT. A diretoria de serviços cuidava dos projetos de engenharia e das licitações de obras que foram superfaturadas, segundo o Tribunal de Contas da União, como a refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Empresários

Entre os executivos que tiveram a prisão decretada pela Justiça Federal estão presidentes de cinco companhias: da OAS, da Camargo Corrêa Construções, da Iesa Óleo e Gás, da UTC e da Construtora Queiroz Galvão.

Valdir Lima Carreiro (Iesa), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS) e Ricardo Ribeiro Pessoa (UTC) estão presos. Dalton dos Santos Avancini (Camargo Corrêa) não foi localizado pela polícia. Ildefonso Colares Filho (Queiroz Galvão) se entregou no fim da tarde de ontem.

Foram bloqueados R$ 720 milhões de executivos, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. Não houve bloqueio das contas das empresas, para não prejudicar a saúde financeira delas.

Sem político

A PF informou que nenhum político foi alvo da ação de ontem. Mas um dos mandados de condução coercitiva expedidos foi para Marice Corrêa de Lima, parente do Tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (leia mais abaixo). Ela foi levada à PF para dar esclarecimentos.

Já o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras, entrou na lista de procurados da Interpol e do sistema nacional de procurados e impedidos. A PF tinha um mandado de prisão, mas não conseguiu localizar o suspeito de envolvimento em desvios da estatal.

Receita vai cobrar R$ 1 bilhão de empreiteiras da Lava Jato

Folhapress

O uso de empresas de fachada e outros crimes levará a Receita Federal a cobrar R$ 1 bilhão em impostos não pagos, multas e juros das empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato. A estimativa é do coordenador de Pesquisa e Investigação da Receita Federal Gerson Schaan. Segundo ele, já é possível calcular esse valor com base em provas de ilícitos tributários e aduaneiros já obtidas na Lava Jato.

A Receita integra a força tarefa que atua na operação e realizou buscas ontem. As empresas envolvidas –nove ao todo, pertencentes a sete grupos – têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a estatal, considerando o período de 2003 a 2014.

Colaboraram Amanda Audi e Kelli Kadanus

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