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Escândalo

Ex-diretor da Petrobras é preso por suspeita de lavagem de dinheiro

Detido por envolvimento no esquema investigado pela Operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa foi integrante do conselho da refinaria de Pasadena, cuja compra deu prejuízo bilionário à estatal

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Apenas um dia depois da revelação de que a presidente Dilma Rousseff autorizou um negócio que causou prejuízo de US$ 1 bilhão para a Petrobras, o governo federal viu o caso de má gestão na petrolífera ser relacionado ao escândalo de lavagem de R$ 10 bilhões revelado nesta semana pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava-Jato. A PF prendeu ontem no Rio de Janeiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras e ex-integrante do conselho de administração da refinaria de Pasadena. Costa, que começou a carreira no Paraná, é acusado de tentar destruir provas e documentos que supostamente o incriminariam no esquema de lavagem de recursos.

INFOGRÁFICO: Veja a rede de ligações as quais a operação Lava Jato faz parte

A polícia informou que Costa foi preso porque estaria destruindo provas da suposta ligação dele com o paranaense Alberto Youssef, um dos quatro doleiros investigados no esquema de lavagem de dinheiro. Os documentos seriam da consultoria aberta por ele cinco meses depois de deixar a Petrobras, em 2012, a Costa Global Consultoria & Brasilinvest Oil, Gas and Biofuels – com sede no Rio.

Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, o ex-diretor da Petrobras também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela estatal brasileira.

A Petrobras comprou 50% das ações da refinaria em 2006. Pagou US$ 190 milhões. A aquisição foi autorizada por Dilma Rousseff quando era ministra da Casa Civil de Lula e ocupava a presidência do Conselho de Administração da estatal. Cláusulas desfavoráveis à Petrobras no contrato de aquisição, porém, obrigaram a empresa brasileira a comprar os outros 50% da refinaria. O custo total chegou a US$ 1,2 bilhão, embora o valor de mercado da unidade de refino seja de apenas US$ 180 milhões. Anteontem, o governo admitiu que a compra foi feita com base em um laudo "técnica e juridicamente falho".

O documento foi assinado por Nestor Cerveró, ex-diretor de Internacional da Petrobras. Cerveró, juntamente com Costa, chegou a ser intimado pelo MPF para esclarecer por que a estatal brasileira fez um negócio tão ruim ao adquirir a refinaria. A suspeita de irregularidades na compra também está sendo investigada pela PF e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Há a suspeita de evasão de divisas.

Em Curitiba

O ex-diretor Paulo Roberto Costa, detido ontem no Rio, deve ser transferido para Curitiba, base das investigações da PF na Operação Lava-Jato. A capital paranaense, por sinal, foi onde Costa começou sua vida profissional. Ele se formou na UFPR, em 1976, e no ano seguinte ingressou na Petrobras, na qual trabalhou até 2012 – quando abriu a consultoria Costa Global. Além disso, ele criou também uma holding, REF Brasil, para a construção de microrrefinarias no país. Essa empresa está construindo duas refinarias no Nordeste: uma em Sergipe e outra no Ceará.

Além de diretor de abastecimento da Petrobras, Costa foi também diretor da Gaspetro, de 1999 a 2000, e diretor-superintendente da TBG, braço da estatal responsável pelo gasoduto Bolívia-Brasil. Ele também atuou como conselheiro de diversas empresas ligadas à Petrobras.

A reportagem não conseguiu localizar nenhum advogado de Costa para comentar o caso.

Oposição aposta em insatisfação da base para emplacar CPI

Folhapress

A tarefa da oposição para emplacar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados não será fácil. O oposição precisa conquistar o apoio de ao menos 150 deputados governistas. Mas os oposicionistas apostam no clima de insatisfação da base aliada com o Planalto e na pressão popular para criar a CPI.

Pelas regras da Câmara, para furar a fila de pedidos e ser instalada, uma CPI precisa reunir o apoio de 257 deputados para ganhar urgência, sendo votada em plenário. Os partidos de oposição contam com 102 parlamentares. Atualmente, a Câmara tem 15 pedidos para instalação de CPIs, sendo que apenas cinco podem funcionar simultaneamente. A oposição, porém, aposta em traições na base, especialmente do PMDB e de deputados que integraram o "Blocão" de partidos insatisfeitos com o Planalto. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), reconhece as dificuldades, mas acredita que o cenário adverso ao Planalto no Congresso pode influenciar a criação da CPI.

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