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O ex-prefeito de Ribeirão Preto Gilberto Maggioni (PT-SP), que sucedeu o ex-ministro Antonio Palocci na prefeitura da cidade quando ele assumiu o Ministério da Fazenda, em janeiro de 2003, foi indiciado nesta segunda-feira pelos crimes de peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

O petista foi indiciado depois de prestar depoimento na delegacia seccional de Ribeirão Preto no inquérito que apura suposto superfaturamento de lixo na cidade. Ele é o quarto indiciado pelo inquérito aberto pela Polícia Civil em agosto do ano passado.

Também foram indiciados nos mesmos crimes, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci Filho, a ex-diretora técnica do Daerp, Luciana Muscelli Alecrim e, na última sexta-feira, Nelson Collela Filho, ex-chefe da Casa Civil na gestão de Maggioni (PT). Collela foi apontado por Rogério Tadeu Buratti de ser o substituto de Ralf Barquete dos Santos no recebimento da propina de R$ 50 mil da empresa Leão & Leão. O dinheiro, de acordo com Buratti, era enviado ao caixa dois do PT para o financiamento das campanhas petistas de 2002, incluindo a de Lula para presidente.

O esquema, segundo a Polícia Civil, foi montado entre 2001 e 2004 e causou prejuízos de R$ 30,7 milhões aos cofres públicos da prefeitura petista de Ribeirão Preto. Neste período a cidade foiadministrada pelo ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho (2001 a 2002) e pelo seu sucessor Maggioni (2002 a 2004). Segundo depoimento do advogado Rogério Tadeu Buratti o suposto superfaturamento possibilitou que a empresa Leão & Leão pagasse propina de R$ 50 mil aos prefeitos. O dinheiro era enviado ao diretório do PT em São Paulo, para o caixa do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

O delegado Valencise, que está à frente das investigações do caso, disse que o depoimento de Maggioni reafirmou as suspeitas de que Palocci montou todo o esquema.

- O comando durante os quatro anos foi de Antônio Palocci Filho. Houve participação de menor intensidade de Maggioni que deu prosseguimento, mas quem iniciou foi Palocci. Ele disse que recebeu o pedido do PT para que mantivesse algumas pessoas no cargo, entre elas, a superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), Isabel Bordini. Ele não quis mencionar detalhes. Estava tenso e preocupado - afirmou o delegado.

De acordo com Valencise, Maggioni afirmou que assumiu a prefeitura com pouca experiência em administração pública e que chegou a questionar as dívidas do Daerp.

- Ele admitiu que os custos e as despesas pagas pelo Daerp eram altos e ele tentou diminuir os valores, mas não conseguiu fazê-lo porque alguns secretários o convenceram de que aquele era o valor que estava sendo gasto - comenta o delegado.

No entanto, Maggioni ao conversar com a imprensa desmentiu a existência de superfaturamento no setor de limpeza pública da cidade.

-Não cometi nenhum ato ilícito e vamos continuar agindo desta forma. Nós criamos o sistema pregão em março de 2003 para eliminar este tipo de questionamento. Fiz um governo transparente e não posso ser o responsável direto de uma autarquia (Daerp) e muito menos de um monte de outras informações. Hoje quero apenas seguir minha vida em paz - afirmou o ex-prefeito.

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