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Requião e Richa em debate durante a campanha de 2014 ao governo do estado, vencida pelo tucano no primeiro turno. | Jonathan Campos/Gazetas do Povo
Requião e Richa em debate durante a campanha de 2014 ao governo do estado, vencida pelo tucano no primeiro turno.| Foto: Jonathan Campos/Gazetas do Povo

Apesar de ter sido derrotado já no primeiro ficado da eleição de 2014, o senador Roberto Requião (PMDB) deve tentar novamente chegar ao Palácio Iguaçu em 2018. Para isso, o clã Requião não descarta sequer alianças com atuais integrantes da base do governo Beto Richa (PSDB), como a vice-governadora Cida Borghetti (PP).

Em entrevista à Gazeta do Povo, o deputado federal João Arruda (PMDB), sobrinho do senador, falou em possível aproximações com Osmar Dias (PDT), Ratinho Junior (PSC) e até com o ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e o deputado Ney Leprevost (PSD).

PMDB cogita aliança com Osmar Dias

Requião Filho tentará a reeleição

O cenário ideal, de acordo com Arruda, é ter Roberto Requião como candidato ao governo em 2018. “Nós queremos disputar essa eleição, apresentar um nome e inicialmente apresentamos o nome do Requião como candidato ao governo porque nós queremos disputar a eleição no campo da oposição”, disse.

“O senador se coloca sim como um dos pré-candidatos ao governo do estado. Ele está bem nas pesquisas. Ele não é nem candidato e está muito bem nas pesquisas, não tem como deixar isso de lado”, diz o deputado estadual Requião Filho (PMDB), filho do senador.

O grupo está confiante em um resultado positivo na próxima eleição, diferente do que ocorreu em 2014. “Com relação à derrota da eleição passada, todos puderam ver o estelionato eleitoral que aconteceu durante aquele processo de campanha, porque no ano seguinte aqueles que diziam que o melhor estava por vir, que tinham regularizado todas as contas do estado, acabaram demostrando que o estado estava quebrado”, analisa Arruda.

A família Requião aposta na impopularidade de Richa para abrir vantagem na corrida eleitoral em 2018. “Teve aquele ato na frente da Assembleia Legislativa [o massacre do Centro Cívico, em 2015], tudo que aconteceu e a desaprovação do governador em Curitiba, que é de 71%”, diz Arruda. “Quem fez o contraponto durante todos esses anos, quem com firmeza disputou as eleições mostrando os erros da atual administração que foram camuflados no processo eleitoral e depois expostos pela atual gestão?”

Aliança com Osmar Dias

Osmar Dias (PDT) já se colocou como possível candidato ao governo do estado em 2018 e é uma possível alternativa para o clã Requião. “O Requião já apoiou o Osmar Dias recentemente em 2010. Eles têm conversado, então essa aliança seria muito mais fácil”, diz Arruda. As tratativas esbarram em um detalhe: Dias também está sendo sondado por Richa para ser o candidato apoiado por ele na próxima eleição.

“Caso haja uma aliança do senador Osmar Dias e ele seja o candidato do governador Beto Richa, assim como Rafael Greca foi em Curitiba, ele não será nosso candidato. É incompatível, não tem como estarmos no mesmo palanque depois de seis anos fazendo oposição”, garante Arruda.

Nesse caso, a família pode buscar alianças dentro da própria base de Richa. “Não temos nenhum preconceito e restrições com partidos que estão na base do governador”, disse o parlamentar. ”Independente do momento que [os partidos] estão vivendo hoje ou que viveram durante o período eleitoral anterior. Não existe nenhum preconceito nem dificuldade em dialogarmos com o partido da Cida Borghetti, com outros partidos, com o próprio PSD do Ratinho Junior”, afirma.

A vice-governadora Cida Borghetti (PP) já afirmou que é candidata ao governo em 2018. Ela deverá assumir a cadeira em abril de 2018, quando Richa deve renunciar para concorrer ao Senado. Sem o apoio do tucano, Cida Borghetti pode ganhar a família Requião como aliada.

João Arruda também aposta em outras alianças para uma chapa em 2018. “Eu acho que temos que nos aproximar tanto do prefeito Gustavo Fruet (PDT), quanto do Ney Leprevost (PSD), de pessoas que já fizeram parte do grupo político do governador e hoje se afastam por diversos motivos”, diz. A estratégia nesse caso é garantir à chapa as duas vagas em disputa no Senado e deixar o atual governador Beto Richa, possível candidato, de fora.

Assembleia

Requião Filho, por sua vez, deve tentar a reeleição na Assembleia Legislativa. Recentemente, o deputado tentou a eleição para a prefeitura de Curitiba, mas ficou com 5.º lugar na disputa, com cerca de 40 mil votos.

Para Requião Filho, a disputa à prefeitura pode ajudar a angariar mais votos para a Assembleia no ano que vem. “Eu fiz a maioria dos meus votos no interior, eu não era conhecido na capital. Então a campanha majoritária na capital só tende a ajudar”, avalia.

“Do ponto de vista eleitoral não foi o resultado que nós desejávamos, mas fortaleceu a imagem do Requião Filho como deputado estadual, até como candidato à reeleição”, concorda Arruda. “Todo esse processo de resultado das eleições municipais tem um efeito psicológico nos partidos, em quem acompanha os bastidores da política em geral, dirigentes e aqueles que estão mais envolvidos. Mas não tem nenhum efeito prático na influência de uma eleição estadual. A eleição municipal é uma coisa, a estadual outra”, avalia.

Já João Arruda vai tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados, onde está em seu segundo mandato. “Meu projeto é ser candidato a deputado federal, à reeleição. Mas isso tem que ser discutido no período eleitoral na convenção. O meu projeto é ser candidato à reeleição, nada diferente disso”, garante.

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