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Ficha Limpa vai ditar disputa em Londrina

Antonio Belinati pode transferir votos para o sobrinho, Marcelo. Avaliação da gestão de Barbosa Neto piora e chance de reeleição diminui

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A eleição para a prefeitura de Londrina em 2012 dependerá do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade da Lei da Ficha Limpa. De acordo com levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas para a Gazeta do Povo, há dois cenários possíveis para a disputa: o ex-prefeito An­­tonio Belinati (PP) é favorito, caso sua participação no pleito seja liberada. Sem ele, a disputa fica mais acirrada.

Se a eleição fosse hoje e Belinati estivesse na corrida, ele teria 29,1% dos votos, praticamente o mesmo que a soma do segundo e terceiro colocados – respectivamente, o secretário estadual da Fazenda Luiz Carlos Hauly (PSDB), com 16,7% das intenções de voto, e o atual prefeito Barbosa Neto (PDT), citado por 13,4% dos eleitores.

Caso Belinati não dispute, quem deve representar família e o partido é seu sobrinho, o vereador Marcelo Belinati (PP). Segundo o Paraná Pesquisas, neste caso a disputa fica mais equilibrada, com três candidatos tecnicamente empatados: Marcelo com 19,6%, Hauly com 18,4% e Barbosa Neto com 14,7%. Situação que levaria a eleição londrinense ao segundo turno. Nesta hipótese, Marcelo levaria vantagem sobre os dois concorrentes.

Nos dois principais cenários considerados, outro cinco candidatos atingem menos de 10% das intenções. Para o diretor do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, o capital político de Antonio Belinati "é um fenômeno eleitoral a ser estudado". "Passa eleição, vem eleição e ele continua liderando", afirma.

Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, da Universidade do Norte do Paraná (Unopar), administrações que o sucederam redimiram a imagem do ex-prefeito. "Ele mantém esse eleitorado beneficiado pela incompetência da gestão do PT e pelos escândalos da era Barbosa", avalia. Lepre avalia que como a participação de Antonio Belinati é incerta, as apostas de seu grupo político devem recair sobre o sobrinho Marcelo. Para ele, o perfil do sobrinho lhe dá a vantagem de herdar o espólio político da família atraindo, no entanto, eleitores que normalmente não votariam em seu tio. "Ele é médico e teve uma atuação razoável como vereador, sem mácula de corrupção", explicou.

Candidatura incerta entre os primeiros colocados na pesquisa também é a de Hauly. Derrotado nas últimas quatro disputas eleitorais na cidade, o secretário de Estado da Fazenda, que é deputado federal licenciado, tem feito afirmações públicas de que não pretende abandonar seu posto para concorrer.

Reeleição difícil

Lepre estima que caso Richa apoie a candidatura de Marcelo, pode unir os outros candidatos de partidos da base aliada contra Barbosa Neto. "Um prefeito candidato a reeleição sempre é competitivo, mas em caso de coalizão a situação ficaria muito favorável ao candidato do governador." Na avaliação de Murilo Hi­­dal­go, o cenário atual mostra que as chances de Barbosa se reeleger são poucas. "Ele precisa melhorar mui­­to sua gestão se quer chegar lá."

A parcela do eleitorado que aprova a gestão de Barbosa caiu de 42,9% em maio para 36,9%. A desaprovação subiu de 52,5% para 58,7%. Essa variação coincidiu com denúncias de irregularidades cometidas pelo Executivo e problemas na área de saúde.

A aprovação de Richa apresentou uma leve variação negativa, de 76,4% para 74,3% em dezembro. A presidente Dilma Rousseff (PT), por outro lado, teve desempenho melhor: a aprovação passou de 59,2% em maio para 64,4% em dezembro.

Colaborou Rosana Félix

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