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O governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), que tomou posse na tarde desta quinta-feira, na Assembleia Legislativa do Estado, anunciou duas das 17 medidas emergenciais que pretende adotar em seu governo. Num discurso de 25 minutos, Dino disse que vai implantar o 13º Bolsa Família (destinado à compra de material escolar de beneficiados pelo programa federal) e propor uma lei à Assembleia Legislativa do Estado criando regras para a transição governamental, visando a facilitar o acesso a informações sobre o governo.

De acordo com Dino, a lei a ser proposta obrigará o Poder Executivo a compartilhar os dados essenciais das contas e outros aspectos administrativos do governo, especialmente durante as transições de governo. Na quarta-feira (31), Dino disse ao GLOBO que vai assumir o governo maranhense "às cegas", sem saber a real situação financeira do estado.

Outras medidas emergenciais também serão anunciadas por Flávio Dino logo mais, às 17h (18h em Brasília), na cerimônia com presença popular, que ocorrerá diante do Palácio dos Leões (sede do governo estadual). No ato, o atual governador, Arnaldo Melo, 60 (PMDB), passará a faixa governamental a Dino.

O GLOBO apurou que, entre outras medidas, Dino pretende criar o Fumacop (um fundo de combate à pobreza), que ajudará prioritariamente os 20 municípios com os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Maranhão; e assinar um decreto (não retroativo) proibindo que bens públicos do Estado recebam nomes de pessoas vivas.

Roseana Sarney Murad, 61 (PMDB), eleita em 2010, não transmitirá o cargo a Flávio Dino porque renunciou em 10 de dezembro, entregando o governo a Arnaldo Melo, presidente da Assembleia Legislativa, sob a alegação de que iria cuidar da saúde e da família.

A ex-governadora viajou de férias para os Estados Unidos. Ela está envolvida nas delações da Operação Lava Jato, acusada de receber propinas do esquema criminoso na Petrobras, descoberto pela Polícia Federal.

Flávio Dino – primeiro governador eleito pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B) – já anunciou os 28 nomes que comporão seu secretariado. Ao menos quatro deles saíram da equipe do prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Júnior (PTC), aliado de Dino.

A posse de todos os secretários será amanhã (2), às 10h, no Teatro Arthur de Azevedo, no centro de São Luís.

"Tenho uma missão grandiosa, a missão de ser servidor público, a missão de servir ao povo, de não estar acima dos homens e das mulheres, mas de estar junto com eles", discursou Flávio Dino, quando recebeu sua diplomação, no dia 19 passado.

Hoje, durante a posse na AL, Dino disse que "usando o dinheiro público com honestidade, é possível fazer muita coisa pelo Maranhão".

Flávio Dino foi eleito governador do Maranhão em primeiro turno, no dia 5 de outubro. O comunista obteve 1.877.064 votos (63,52% dos votos válidos), contra 995.619 (33,69%) de Lobão Filho (PMDB), apoiado pelo grupo Sarney. O vice-governador, que também será empossado hoje, é o empresário de Colinas (MA) Carlos Orleans Brandão Júnior (PSDB), 56, que renunciou ao mandato de deputado federal para disputar o cargo.

Natural de São Luís,Flávio Dino de Castro e Costa é casado com a brasiliense Daniela Lima, 37, e tem três filhos. Concluiu o curso de direito na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), e em 1994 foi aprovado no concurso público para juiz federal, cargo que exerceu até 2006, quando deixou a carreira para entrar na política. No mesmo ano, foi eleito deputado federal.

Em 2008, candidatou-se a prefeito de São Luís e foi derrotado por João Castelo (PSDB). Em 2010, candidatou-se a governador do Maranhão e perdeu para Roseana Sarney (PMDB). Em 2011, assumiu a presidência do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur), cargo que ocupou até pouco antes das eleições de 2014.

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