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Forças Armadas irão rebater texto da Comissão da Verdade

Relatório final dos trabalhos será divulgado nesta quarta-feira. Militares negam que não tenham colaborado com as investigações

Dilma passa tropas em revista: militares não colaboraram com comissão criada por presidente | Roberto Stuckert Filho/ Presidência da República
Dilma passa tropas em revista: militares não colaboraram com comissão criada por presidente (Foto: Roberto Stuckert Filho/ Presidência da República)

A poucos dias do anúncio do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, na próxima quarta-feira, as Forças Armadas se preparam para rebater as eventuais críticas que deverão constar no texto contra os militares. Em especial, a acusação de que os três comandos – Exército, Marinha e Aeronáutica – não contribuíram com os trabalhos da comissão e negaram documentos do período da ditadura que pudessem revelar violações cometidas durante aquele período. Nesses meses de trabalho, vários integrantes do grupo deram declarações criticando o que eles entenderam ser má vontade dos militares.

O Ministério da Defesa e os comandos entendem que atenderam às solicitações da Comissão da Verdade e listaram uma série de ações que demonstram a cooperação dos militares. Nessa relação, a qual a reportagem teve acesso, as Forças Armadas citam o encaminhamento de 151 fichas de alteração de oficiais que atuaram na época em unidades do Exército, várias delas de repressão. Uma dessas fichas – em que constam dados da carreira do militar, promoções e por onde passou - ajudou a demonstrar o envolvimento do coronel José Antônio Nogueira Belham na morte do deputado Rubens Paiva.

Nessa relação, consta que o Ministério da Defesa atendeu a mais de 63 requisições de documentos solicitados pela Comissão da Verdade. Pedidos que tratam de assuntos diversos, como microfilmes de documentos militares, nomes de oficiais responsáveis pela guarda de documentos, critérios para classificação de documentos e informações sobre pessoas desaparecidas.

O Ministério da Defesa entende que a garantia ao amplo acesso de membros da Comissão da Verdade às instalações militares onde funcionaram centros de tortura e prisões como uma de suas principais contribuições para a busca da memória, verdade e Justiça. Nos textos, eles citam as visitas dos comissionados ao DOI-Codi do 2.º Exército, em São Paulo; ao DOI-Codi do 1.º Exército, no Rio; e à Base Aérea do Galeão, entre outros quartéis.

O relatório da Comissão da Verdade será divulgado no dia 10 em solenidade no Palácio do Planalto. O evento ocorrerá no Dia Mundial dos Direitos Humanos. A presidente Dilma Rousseff receberá o documento das mãos dos seis integrantes da comissão.

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