O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou ontem os tucanos que disputam a prefeitura de São Bernardo do Campo com o petista Luiz Marinho. Durante ato de campanha de Marinho, Lula relembrou as derrotas que sofreu em eleições presidenciais e comparou a disputa na cidade à sua vitória em 2006. "Eles não sabem que não existem mais aquele formador de opinião. A minha vitória foi a derrota dos formadores de opinião neste país. Nós estamos com 80% de aprovação, isto é a derrota da mentira, da inveja e daqueles que torcem o tempo inteiro para a coisa dar errado", afirmou o presidente, que criticou também os ataques ao candidato a vice-prefeito na chapa de Marinho, o deputado e cantor Frank Aguiar (PTB), chamado de "forrozeiro" pelos adversários. Para Lula, o "forró da vitória" vai ser domingo, nas urnas.
Grampos no Legislativo
O deputado estadual Fabio Camargo (PTB) disse que subirá à tribuna da Assembléia Legislativa para levar à discussão os possíveis abusos nos pedidos de interceptação telefônica, como revelou reportagem publicada ontem na Gazeta do Povo. "É preciso tomar uma providência para não banalizar esse tipo de recurso que, se usado com critério e correção, é um importante aliado da justiça", afirmou o parlamentar.
27 milhões nas urnas
Cerca de 27 milhões de eleitores estarão aptos a votar no segundo turno das eleições, no próximo domingo. Na ocasião, serão eleitos os prefeitos de 30 municípios, 11 deles de capitais. Todos os municípios possuem mais de 200 mil eleitores, número considerado para que haja o segundo turno. A exceção fica por conta da cidade de Benedito Leite, no Maranhão. Lá, no primeiro turno, a disputa foi suspensa porque os moradores colocaram fogo em todas as urnas da cidade em protesto pelo cancelamento de mais de 400 títulos de eleitor.
De São Paulo a Londrina?
Uma das mais esperadas visitas de apoio à candidatura do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB) à prefeitura de Londrina tornou-se dúvida. Até ontem a assessoria do candidato garantia que o governador paulista José Serra (PSDB) estaria na cidade. Mas com as crises dos últimos dias seqüestro de Santo André e briga entre as polícias civil e militar , ficaram com um pé atrás.
15 vezes Lula
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), saiu às ruas neste fim de semana fazendo campanha para o candidato do partido a prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O principal artifício usado por ele foi apontar a proximidade existente com o presidente Lula. Segundo Cabral, desde que assumiu o Executivo fluminense, em janeiro do ano passado, Lula já esteve 15 vezes no Rio. Por falar nisso, 15 é o número do PMDB.
Nepotismo no Senado
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que a Casa Legislativa vai recuar da decisão de criar uma brecha para a manutenção de parentes de senadores contratados sem concurso público, caso o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, queira levar a discussão para o Supremo Tribunal Federal (STF). Garibaldi disse que, como um poder que cria as leis, o Legislativo não pode entrar em confronto com uma decisão do STF.
Voto intransferível
Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, autor do livro A Cabeça do Eleitor, uma obra de não-ficção sobre política e sociologia, as eleições de 2008 apontaram um importante dado a ser observado nas próximas disputas. "Não existe transferência de voto. Eleições municipais se resolvem com temas ligados ao município. Em momento algum, a aparição do presidente Lula na televisão modificou a trajetória de uma eleição."
Apoios populares
Vale lembrar que os candidatos de capitais como Belo Horizonte e Rio de Janeiro, respectivamente Márcio Lacerda (PSB) e Eduardo Paes (PMDB), apoiados pelos populares governadores Aécio Neves (Minas Gerais) e Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), não foram eleitos no primeiro turno. E em Curitiba, Moreira Júnior (PMDB), apoiado por Roberto Requião (PMDB), sequer teve 20 mil votos. Fez 19.157 votos, apenas 1,9% dos votos válidos.
Pinga-fogo
Amanhã, às 9h30, no Estação Embratel Convention Center, acontece o XV Congresso Internacional do Trigo. É esperada a participação de políticos do estado e do país inteiro. A discussão sobre a crise americana, que influencia a produção no mundo todo, será um dos tema principais. Assuntos como a desoneração da cadeia produtiva do trigo na reforma tributária também serão motivo de debate.



