O candidato da terceira via à Presidência da Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), deve procurar o PMDB - que já anunciou o apoio ao líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) - em busca de votos. Mesmo admitindo que dificilmente o PMDB vai mudar a sua posição, Fruet quer abrir o diálogo com os deputados da legenda, "respeitando a posição adotada oficialmente pelo partido". Ele deve se encontrar nos próximos dias com o presidente do partido, deputado Michel Temer (PMDB-SP).
Além de falar com Michel Temer, Fruet conversará com os senadores peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE). No próximo sábado, Fruet vai ao Rio Grande do Sul e a Santa Catarina. No domingo, irá à Paraíba e a Pernambuco. Ele quer conversar pessoalmente com deputados do PMDB com os quais já teve convivência partidária (Gustavo Fruet foi filiado ao PMDB até 2005).
O candidato da terceira via também manteve conversas com o PFL e se reuniu com o líder do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), que reafirmou o apoio ao atual presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Fruet, no entanto, acredita que pode contar com o apoio de alguns deputados do partido.
O tucano já conversou com integrantes do PFL como o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (BA); o senador José Agripino (RN) e alguns deputados, entre eles Antonio Carlos Magalhães Neto (BA).
- Quero mostrar que existe um fato novo, mas de forma alguma criar qualquer tipo de constrangimento pedindo mudança de postura - observou Fruet. - A receptividade foi muito boa, até porque existe a compreensão de que a candidatura tem de ser suprapartidária e não se identificar somente como de oposição. No primeiro turno, existe a possibilidade de contar com o apoio de alguns deputados do PFL.
Ele afirmou também que vai procurar entidades da sociedade civil em busca de apoio, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O deputado criticou a conduta do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em relação à disputa pelo comando da Câmara. De acordo com Fruet, há muito tempo não se deixava as mudanças no ministério para depois da escolha do presidente da Casa. Segundo ele, isso significa que poderá haver uma compensação de aliados que forem derrotados na eleição da Câmara.
Fruet também criticou Lula por ter dito que não vai interferir na disputa por considerar os candidatos da base aliada, Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia, como seus filhos. Segundo ele, o presidente não deveria tratar os deputados como "filhos", mas manter uma relação de respeito tanto com governistas quanto com oposicionistas.



