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A suspeita de que o Land Rover do secretário-geral licenciado do PT Sílvio Pereira foi pago por um funcionário da GDK, empresa que presta serviços à Petrobras, repercutiu entre parlamentares do PT e da oposição. Segundo eles, os fatos apontam para um delito grave. A segurança foi reforçada no prédio da GDK, em Salvador, mas ninguém quer falar em nome da empresa, que venceu uma concorrência de mais de R$ 200 milhões para a reforma da Plataforma P-34, da Petrobras no Espírito Santo.

Silvio Pereira é apontado como facilitador do negócio. O dinheiro para a compra do carro - R$ 74 mil - saiu de uma agência bancária em Salvador, onde a GDK tem 11 contas. E foi transferido, por documento eletrônico, para uma agência, em Ribeirão Preto, em uma conta em nome da Eurobike, uma revenda de veículos. A operação foi feita no dia 10 de novembro de 2004.

As informações foram confirmadas pelo Jornal Nacional por duas fontes. Uma em São Paulo e outra na Bahia. Sem saber que estava sendo gravado, o dono da concessionária Eurobike confirmou a transferência.

O veículo estava em exposição em uma loja em Araras, uma cidade vizinha. O dono também confirma que o pagamento foi à vista.

- Foi de uma vez, depósito de R$ 74 mil em dinheiro - garante José Paulo Boldrin, dono de agência de veículos.

Os documentos do carro obtidos no Detran mostram que a Defender ano 2003 saiu da loja em nome de Silvio Pereira, com o endereço da casa dele em São Paulo. Outro documento revela que o ex-secretário do PT deve mais de R$ 3 mil de IPVA deste ano.

O vendedor de carros, Hamilton Costa de Souza, que intermediou o negócio, revelou em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, novos detalhes da transação nesta quarta-feira. Ele tem certeza que o depósito foi feito por uma pessoa que falava em nome da GDK, era José Paulo dos Santos Reis.

- Ele nunca se apresentou como funcionário da GDK, mas todas as ligações que foram efetuadas, a pessoa que me atendia falava que era da GDK. Ele disse que estava procurando um carro para um amigo dele. No final da transação, depois do pagamento efetuado é que ele apresentou o nome do Silvo José Pereira - contou o vendedor.

Na terça-feira, o vendedor mostrou o nome de José Paulo na agenda. Por telefone, a equipe do JN descobriu que ele é assessor da diretoria da GDK. Está de licença porque se casou.

O carro de Silvio Pereira é o primeiro indício de uma relação promíscua entre o público e o privado - que acabou refletida no patrimônio pessoal de um integrante da direção do PT. A reportagem revelando como Silvio Pereira virou dono do veículo, divulgada no Jornal Nacional de terça-feira, alterou os humores na CPI.

- Está aqui comprovada, comprovada a negociação do carro do senhor Silvio Pereira. Foi um mimo que ele recebeu de fato da empresa GDK como eu lembro presta muitos serviços para o governo federal especialmente na Petrobras - disse o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto.

- Se comprovado que ele recebeu um presente, uma doação de uma empresa privada evidentemente há quebra da ética partidária, principalmente porque sequer teria sido pra campanha eleitoral se confirmado, mas teria sido algo para benefício pessoal o que é muito grave - acredita Ricardo Berzoini, secretário-geral do PT.

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