Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Diários Secretos

Funcionários de Justus não atuavam para a Assembleia

Denúncia do MP aponta que um arranjava bolas e camisas para jogos de futebol, enquanto outro fazia marketing pessoal do parlamentar

Mais uma vez, Justus não foi encontrado para comentar o caso. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Mais uma vez, Justus não foi encontrado para comentar o caso. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Depoimentos prestados ao Ministério Público reforçaram os indícios de que a rede de funcionários montada pelo deputado estadual Nelson Justus (DEM) – na época em que ocupou a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná, entre 2007 e 2010 – não tinha a função de prestar serviços públicos. Questionados pelos promotores que investigaram o caso, um servidor disse que “arranjava bolas e camisas para jogos de futebol”, outro afirmou que fazia o “marketing pessoal do deputado” e ainda teve quem não soube definir qual trabalho prestava. As informações estão na ação criminal que o Ministério Público ajuizou contra Justus e mais 31 pessoas, obtida com exclusividade pela RPC e divulgadas no ParanáTV na noite desta sexta-feira (13).

Não trabalhou nem para o gabinete do deputado Nelson Justus nem para a Presidência da Assembleia Legislativa. Que em verdade foi contratada com a finalidade de organizar eventos – cafés da manhã – no bairro da depoente e arredores, com o objetivo de arrecadar votos para o deputado Nelson Justus.

Professora e ex-servidora da Alep, em depoimento ao MP.

Entre os depoimentos que mais chamam a atenção está o de uma professora que afirmou que seu trabalho consistia em organizar eventos em busca de votos para Nelson Justus (veja frase ao lado). “Serviço” parecido tinha Jurandir Yamagami, que foi prefeito de Abatiá, no Norte Pioneiro, entre 1993 e 1996. Ele foi contratado como funcionário comissionado no gabinete da Presidência por sete meses – em 2009 e 2010. Yamagami afirmou que, como o prazo em que atuou foi curto, praticamente “não deu para fazer nada”. Já a situação da cabeleireira Tereza Alves foi mostrada na série Diários Secreto, divulgada pela Gazeta do Povo e pela RPC TV em 2010. Procurada pela reportagem, na época ela não soube dizer que trabalho realizava para a Assembleia.

A ação criminal aponta que os cargos lotados na Presidência da Assembleia deveriam ser destinados a serviços administrativos, prestados no prédio do Legislativo, e não poderiam ser exercidos por agentes políticos.

O deputado Nelson Justus não foi encontrado em seu gabinete nem por telefone para falar sobre o assunto. Já Jurandir Yamagami reconheceu, por telefone, que era agente político do parlamentar.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.