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Entre 2011 e 2014, a empresa venceu dez licitações ligadas à Seed para reforma, ampliação e construção de escolas estaduais, mas as obras mal saíram do papel. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Entre 2011 e 2014, a empresa venceu dez licitações ligadas à Seed para reforma, ampliação e construção de escolas estaduais, mas as obras mal saíram do papel.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu, na tarde de sexta-feira (15), Patrícia Isabela Baggio por suposto envolvimento nas irregularidades investigadas pela Operação Quadro Negro. Ela é esposa do verdadeiro dono da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza. A engenheira da empresa e irmã de Eduardo, Viviane Lopes de Souza, também teve a prisão preventiva decretada pelo juiz substituto Diego Paolo Barausse, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, mas está foragida.

Juiz recebe denúncia da Operação Quadro Negro e dá 20 dias para as defesas

No mesmo despacho, o juiz também acolhe entendimento do Gaeco para arquivar o caso do ex-chefe da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude) Jaime Sunye Neto

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A decisão foi tomada pelo magistrado na quinta-feira (14) ao aceitar a denúncia oferecida pelo Gaeco contra 15 pessoas por envolvimento no esquema. Segundo o Ministério Público Estadual (MP), a Valor teria recebido indevidamente cerca de R$ 18 milhões da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Entre 2011 e 2014, a empresa venceu dez licitações ligadas à Seed para reforma, ampliação e construção de escolas estaduais, mas as obras mal saíram do papel, embora a construtora tenha recebido quase a totalidade dos pagamentos. Em depoimento ao Gaeco, três ex-funcionárias da Valor, também denunciadas à Justiça, afirmaram que o dinheiro desviado abasteceu campanhas políticas no Paraná em 2014.

Patrícia foi presa pelo Gaeco quando deixava o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, após visitar o marido. Já Viviane ainda não foi localizada.

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Surpresa

A defesa de Viviane Lopes de Souza, irmã do dono da Valor Construtora e engenheira civil da empresa, sustenta que ela não sabia das irregularidades reveladas pela Operação Quadro Negro e que nunca se beneficiou de esquema de corrupção. “Ela era simplesmente a engenheira civil, sem contato com a parte administrativa da empresa. Ela só recebia seu próprio salário. Foi pega de surpresa quando a situação veio à tona”, afirmou o advogado Fernando Augusto Dissenha.

O advogado de Viviane também nega que sua cliente tenha tentado “comprar” o silêncio de duas funcionárias da empresa. Conforme antecipado pela Gazeta do Povo no último dia 8, o Gaeco também narra na denúncia a suposta oferta de dinheiro que Tatiane de Souza e Vanessa Domingues de Oliveira teriam recebido. No dia 15 de agosto do ano passado, Viviane teria ido à casa de Tatiane, na CIC (Cidade Industrial de Curitiba), para oferecer R$ 700 mil. Em troca, Viviane, que estaria agindo a mando de Eduardo, teria pedido que Tatiane e Vanessa “não trouxessem à tona os fatos delitivos que tinham conhecimento”. Tatiane e Vanessa estão colaborando com as investigações desde julho de 2015, quando a primeira fase da Operação Quadro Negro foi deflagrada.

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