
A empreiteira Galvão Engenharia, uma das 23 investigadas na Operação Lava Jato por corrupção em obras da Petrobras, entrou hoje com pedido de recuperação judicial na Justiça Estadual do Rio de Janeiro. Um dos executivos da Galvão Engenharia está preso. A empresa têm enfrentado dificuldades financeiras desde o fim do ano passado, mesmo período em que a Petrobras suspendeu contratos que tinha com a Galvão e outras empreiteiras acusadas de formar um cartel para fraudar contratos e desviar dinheiro público.
No total, R$ 7,7 bilhões em contratos da empresa são investigados pela Lava Jato. O contexto policial fez aumentar o risco de mercado da empresa e secou a fonte de empréstimos. Desde novembro, a empresa tenta iniciar a construção de 620 quilômetros da BR-153, que liga Goiás a Tocantins. Mas, o BNDES não estaria aprovou o empréstimo de R$798 milhões pedido pela empresa.
A Galvão já teria empenhado R$200 milhões próprios na empreitada, mas não teria mais dinheiro em caixa para investir. Dos 360 operários inicialmente contratados, mais da metade já foi demitido. Oficialmente, a empresa não se pronunciou, mas, no mercado, seus executivos comentam que se sentem pressionados a firmar um contrato de leniência para que voltem a ter crédito na praça. A possibilidade de um acordo de leniência não está descartada.
Além da BR-153, a Galvão paralisou as obras da unidade de fertilizantes UFN-3, em Três Lagoas (MS). Ali trabalhavam 6 mil funcionários, mas a construção foi interrompida com 83% do projeto executado. Em dezembro, na última grande demissão, 1.200 funcionários foram dispensados. A empresa reclama que a Petrobras, contratante do serviço, deixou de repassar verba em setembro de 2014. A disputa entre as duas empresas foi parar na Justiça, mas o processo corre em sigilo. O valor que a Galvão pleitearia nesse caso chega a R$1 bilhão. A empresa está ainda envolvida nas obras do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj), e da Refinaria Abreu e Lima (PE), das quais tenta negociar sua exclusão. As obras dos dois empreendimentos enfrentam atrasos.



